Mensagens interceptadas


Tucanos questionam Luiz Argôlo sobre amizade com doleiro no Conselho de Ética

Os deputados Izalci (DF) César Colnago (ES), titulares do PSDB no Conselho de Ética da Câmara, participaram de reunião do colegiado nesta terça-feira (2) sobre o processo contra o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) por suposta associação ao doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Antonio Augusto Câmara dos Deputados

Questionado pelo relator, Argôlo, que adiantou em um dia o depoimento, negou ter algum tipo de sociedade com o doleiro e explicou que a troca de mensagens, interceptada pela PF, tratava da venda de um terreno de seu irmão para o doleiro, o que justifica as transferências bancárias e sua presença em um dos escritórios de Youssef em São Paulo, para buscar dinheiro.

Os deputados do PSDB levantaram questionamentos sobre a conduta de Argôlo. Izalci baseou suas perguntas em afirmações de Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora de Youssef, que confirmou a relação de amizade e a sociedade mantida pelos dois na empresa Malga Engenharia. O tucano afirmou que as declarações haviam deixado claro que Argôlo era “praticamente sócio de Yousseff e que as atividades desenvolvidas por eles eram ilícitas”.

O deputado baiano negou as acusações, criticou a delatora e disse que se trata de uma criminosa. Para antecipar o depoimento de Argôlo, a defesa dispensou o depoimento de Meire. A defesa do deputado apresentou extratos bancários de Vanilton Bezerra para provar que não havia depósitos no valor de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, como foi divulgado pela revista “Veja” e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

A defesa não quis, porém, responder ao questionamento de Colnago sobre quais motivos levaram Meire a fazer as declarações contra Argôlo, já que o mesmo garante não ter realizado nenhuma atividade ilícita com Yousseff.

O relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), anunciou que vai entregar em breve seu parecer e que o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (SP), vai tentar marcar a sessão para votar o relatório em 1º de outubro.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)

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2 setembro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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