Expectativa


Ex-diretor da Petrobras volta ao Congresso após denúncia de jogo combinado em CPI

Cerveró em depoimento na Câmara em abril; ex-diretor da Petrobras terá que dar novas explicações no depoimento desta quarta-feira.

Cerveró em depoimento na Câmara em abril; ex-diretor da Petrobras terá que dar novas explicações no depoimento desta quarta-feira.

Duas semanas atrás, a denúncia de que o Palácio do Planalto combinou perguntas e respostas com depoentes da CPI da Petrobras do Senado causou indignação e na sociedade e na oposição. Após a revelação do fato, nesta quarta-feira (13) um dos personagens envolvidos estará de volta ao Congresso para um novo depoimento. Convocado pela CPI Mista da Petrobras, o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró prestará depoimento  à tarde.

A sabatina está cercada de grandes expectativas, pois a farsa montada pelo governo deve permear o encontro. Será, portanto, uma ocasião para por à prova o esquema de perguntas e respostas que teria sido montado inclusive com a participação de funcionários da Petrobras e do Planalto.

Em 22 de maio, Cerveró prestou à CPI depoimento em que supostamente havia estudado previamente o que diria ao ser questionado. De posse do microfone, disse que não havia culpados na situação, pois nenhum erro havia sido cometido na compra da refinaria de Pasadena (EUA), um dos piores negócios da história da estatal. Segundo ele, nenhuma informação foi ocultada do Conselho de Administração.

O depoimento de Cerveró faz parte da lista dos que oposicionistas defendem que seja anulado devido às suspeitas de fraude. Além dele, os testemunhos de Graça Foster e do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, também sofrem contestações e podem ser desconsiderados.

NEGÓCIO AINDA MAU EXPLICADO  – Localizada no estado do Texas, um dos mais importantes centros de refino e distribuição de petróleo do mundo, Pasadena desafia a imagem de boa gestora da presidente Dilma.

Adquirida por US$ 1,249 bilhão, a unidade trouxe um prejuízo de US$ 530 milhões para a Petrobras e foi considerada publicamente pela atual comandante da companhia, Graça Foster, um “mau negócio”.

Embora fosse a presidente do Conselho de Administração da estatal na época da compra dos primeiros 50% de Pasadena, em 2006, Dilma não admitiu qualquer responsabilidade na desastrosa operação. De acordo com ela, um “resumo técnico e juridicamente falho”, elaborado por Nestor Cerveró sustentou a decisão do colegiado a favor da aquisição.

O “equívoco”, apontou a petista, foi a omissão das cláusulas “Put Option” e “Marlim” do documento. A primeira determinava que, havendo desavença entre os sócios de Pasadena, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações da refinaria. A “Marlim” assegurava à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras no negócio, um lucro de 6,9% ao ano.

Cerveró e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli derrubaram rapidamente a versão de Dilma. Os dois defenderam a compra da refinaria texana e subestimaram a importância das cláusulas omitidas.

(Da redação com Liderança do PSDB no Senado/Foto: Alexssandro Loyola)

 

Compartilhe:
12 agosto, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *