Esquema milionário


Tucano pede convocação de contadora de doleiro preso na CPI Mista da Petrobras

Integrante do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o deputado Izalci (DF) apresentou nesta segunda-feira (11) requerimentos que pedem a ida de Meire Bonfim Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, ao colegiado e ao Conselho de Ética da Câmara para prestar esclarecimentos.

Ela detalhou à revista “Veja” do fim de semana toda a engrenagem de pagamento de propinas que teria sido montada pelo seu ex-chefe e que envolve PT, PMDB e PP, os deputados Cândido Vacarezza (PT-SP), o ex-petista André Vargas (PR) e Luiz Argôlo (ex-PP, hoje no Solidariedade), o senador Fernando Collor (PTB-AL), além da Petrobras e de empreiteiras.

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“Ela confirma o que já sabemos: superfaturamento, lavagem de dinheiro, entrega de recursos para partidos políticos. É tudo muito grave. Já pedi a convocação dela na CPI mista e no Conselho de Ética, já que existem acusações sobre parlamentares”, afirmou o tucano.

Revelações da contadora de Alberto Youssef são destacadas na reportagem de capa da "Veja" desta semana.

Revelações da contadora de Alberto Youssef são destacadas na reportagem de capa da “Veja” desta semana.

MOVIMENTAÇÃO BILIONÁRIA – Preso em março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Youssef é acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado R$ 10 bilhões. Parte desse montante, segundo a publicação, foi fruto de desvio de obras públicas e teria como destino enriquecer políticos e corromper outros com o pagamento de suborno.

Em depoimentos prestados nas últimas três semanas à Polícia Federal e em entrevista à Veja, Meire Poza esmiuçou a engenharia criada por Youssef para cobrar propina de empresas que queriam fechar ou manter contratos com a Petrobras. Segundo ela, as empreiteiras que tinham negócios com a estatal forjavam a contratação de serviços para passar dinheiro ao doleiro. 

O dinheiro repassado abastecia o caixa eleitoral dos partidos ou os bolsos de políticos, os mesmos que controlam cargos na administração pública e indicam diretores de estatais, aponta “Veja”.

A contadora afirmou que os parlamentares recebiam os pagamentos em dinheiro vivo, diretamente das mãos do doleiro ou por meio de depósitos bancários. Vargas, Argôlo, Vacarezza e Collor são apontados por Meire como alguns dos “beneficiários” da operação. 

SAÍDA DE CHEFE DA AGU – As revelações divulgadas pela revista reforçam a necessidade de afastamento do ministro Luís Inácio Adams do cargo de Advogado-Geral da União, defendeu o deputado Carlos Sampaio (SP) em nota publicada no fim de semana.

Titular do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o parlamentar afirmou que Adams age contra os interesses da Petrobras e do país ao trabalhar para que o Tribunal de Contas da União (TCU) livre a presidente Dilma Rousseff e a titular da companhia, Graça Foster, dos prejuízos causados “com o ruinoso negócio com a refinaria de Pasadena”.

“Mantê-lo no cargo seria o mesmo que continuar patrocinando interesses privados e não públicos”, enfatizou Sampaio. “É mais do que evidente que sua postura constitui ato atentatório à dignidade e ao decoro do cargo que ocupa, razão pela qual, nos termos da Lei dos Crimes de Responsabilidade, o mesmo deve ser afastado de suas funções”, acrescentou.

O parlamentar relembrou ainda o esquema de compra de votos de parlamentares denunciado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e que levou a cúpula petista à prisão. De acordo com ele, no “Mensalão do Lula”, todas as irregularidades comprovadas se iniciaram em um órgão federal, os Correios. Agora, é por meio da Petrobras que aparecem as provas do “Mensalão da Dilma”.

CERVERÓ – Na tarde de quarta-feira (13), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, presta depoimento à CPI Mista da Petrobras. Pivô da maior crise institucional da companhia, ele foi apontado como o responsável pela elaboração de um sumário executivo “falho” que balizou a decisão do Conselho de Administração da estatal pela compra da refinaria de Pasadena.

Para Izalci, o ex-diretor deve oferecer novas informações aos integrantes do colegiado. “Temos, agora, muito mais elementos. Acredito que ele será bastante questionado. Ou ele não fala nada ou fala a verdade. Ele está muito envolvido no caso de Pasadena”, disse o parlamentar do PSDB.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações da revista “Veja”/Foto: Alexssandro Loyola e reprodução – revista Veja/ Áudio: Hélio Ricardo)

 

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11 agosto, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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