Esquema milionário
Tucano pede convocação de contadora de doleiro preso na CPI Mista da Petrobras
Integrante do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o deputado Izalci (DF) apresentou nesta segunda-feira (11) requerimentos que pedem a ida de Meire Bonfim Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, ao colegiado e ao Conselho de Ética da Câmara para prestar esclarecimentos.
Ela detalhou à revista “Veja” do fim de semana toda a engrenagem de pagamento de propinas que teria sido montada pelo seu ex-chefe e que envolve PT, PMDB e PP, os deputados Cândido Vacarezza (PT-SP), o ex-petista André Vargas (PR) e Luiz Argôlo (ex-PP, hoje no Solidariedade), o senador Fernando Collor (PTB-AL), além da Petrobras e de empreiteiras.
“Ela confirma o que já sabemos: superfaturamento, lavagem de dinheiro, entrega de recursos para partidos políticos. É tudo muito grave. Já pedi a convocação dela na CPI mista e no Conselho de Ética, já que existem acusações sobre parlamentares”, afirmou o tucano.
![Revelações da contadora de Alberto Youssef são destacadas na reportagem de capa da "Veja" desta semana.](http://www.psdbnacamara.com.br/wp-content/uploads/2014/08/capa1n_veja-227x300.jpg)
Revelações da contadora de Alberto Youssef são destacadas na reportagem de capa da “Veja” desta semana.
MOVIMENTAÇÃO BILIONÁRIA – Preso em março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Youssef é acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado R$ 10 bilhões. Parte desse montante, segundo a publicação, foi fruto de desvio de obras públicas e teria como destino enriquecer políticos e corromper outros com o pagamento de suborno.
Em depoimentos prestados nas últimas três semanas à Polícia Federal e em entrevista à Veja, Meire Poza esmiuçou a engenharia criada por Youssef para cobrar propina de empresas que queriam fechar ou manter contratos com a Petrobras. Segundo ela, as empreiteiras que tinham negócios com a estatal forjavam a contratação de serviços para passar dinheiro ao doleiro.
O dinheiro repassado abastecia o caixa eleitoral dos partidos ou os bolsos de políticos, os mesmos que controlam cargos na administração pública e indicam diretores de estatais, aponta “Veja”.
A contadora afirmou que os parlamentares recebiam os pagamentos em dinheiro vivo, diretamente das mãos do doleiro ou por meio de depósitos bancários. Vargas, Argôlo, Vacarezza e Collor são apontados por Meire como alguns dos “beneficiários” da operação.
SAÍDA DE CHEFE DA AGU – As revelações divulgadas pela revista reforçam a necessidade de afastamento do ministro Luís Inácio Adams do cargo de Advogado-Geral da União, defendeu o deputado Carlos Sampaio (SP) em nota publicada no fim de semana.
Titular do PSDB na CPI Mista da Petrobras, o parlamentar afirmou que Adams age contra os interesses da Petrobras e do país ao trabalhar para que o Tribunal de Contas da União (TCU) livre a presidente Dilma Rousseff e a titular da companhia, Graça Foster, dos prejuízos causados “com o ruinoso negócio com a refinaria de Pasadena”.
“Mantê-lo no cargo seria o mesmo que continuar patrocinando interesses privados e não públicos”, enfatizou Sampaio. “É mais do que evidente que sua postura constitui ato atentatório à dignidade e ao decoro do cargo que ocupa, razão pela qual, nos termos da Lei dos Crimes de Responsabilidade, o mesmo deve ser afastado de suas funções”, acrescentou.
O parlamentar relembrou ainda o esquema de compra de votos de parlamentares denunciado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e que levou a cúpula petista à prisão. De acordo com ele, no “Mensalão do Lula”, todas as irregularidades comprovadas se iniciaram em um órgão federal, os Correios. Agora, é por meio da Petrobras que aparecem as provas do “Mensalão da Dilma”.
CERVERÓ – Na tarde de quarta-feira (13), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, presta depoimento à CPI Mista da Petrobras. Pivô da maior crise institucional da companhia, ele foi apontado como o responsável pela elaboração de um sumário executivo “falho” que balizou a decisão do Conselho de Administração da estatal pela compra da refinaria de Pasadena.
Para Izalci, o ex-diretor deve oferecer novas informações aos integrantes do colegiado. “Temos, agora, muito mais elementos. Acredito que ele será bastante questionado. Ou ele não fala nada ou fala a verdade. Ele está muito envolvido no caso de Pasadena”, disse o parlamentar do PSDB.
(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações da revista “Veja”/Foto: Alexssandro Loyola e reprodução – revista Veja/ Áudio: Hélio Ricardo)
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