Sobrou para os consumidores


Modelo petista de administração do setor energético precisa mudar, defende Valdivino

 A falta de planejamento da presidente Dilma Rousseff para o setor energético vai apresentar sua fatura no raiar de 2015. A partir do ano que vem, as tarifas de energia sofrerão reajuste entre 10% e 17%  e pressionarão ainda mais a inflação, segundo economistas consultados pelo “Broadcast”, serviço em tempo real da Agência Estado.

O aumento cobrirá parte do rombo registrado nos cofres das distribuidoras de energia. Com a estiagem e o consequente esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas, elas foram obrigadas a comprar energia das termoelétricas no mercado de curto prazo para abastecer as residências, instituições, estabelecimentos comerciais e indústrias. Além de mais caras, as usinas térmicas estão entre as mais poluentes e contribuem diretamente para o aquecimento global.

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Esse modelo de administração do setor imposto pelos petistas, segundo o deputado Valdivino de Oliveira (GO), deve ser urgentemente alterado. “O governo é quem diz quanto de energia as distribuidoras vão comprar, de quem vão comprar e que preço elas vão pagar”, disse o parlamentar nesta quarta-feira (30). “Não há possibilidade de as distribuidoras buscarem alternativas mais baratas para equilibrarem suas contas. Se essa matriz não mudar, vai continuar o aumento dos custos e das tarifas”, acrescentou.

PARA O RALO – Para evitar o colapso das distribuidoras e, assim, o temido apagão, o governo articulou, em abril deste ano, um empréstimo de R$ 11,2 bilhões. O montante não foi suficiente e, agora, o Palácio do Planalto mobiliza para um novo financiamento ao segmento. Dessa vez, de R$ 6,5 bilhões.

A injeção de recursos representa um paliativo para uma crise sem precedentes no setor, que apelou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para adiar o pagamento da prestação referente a maio – os pagamentos no setor são feitos sempre dois meses depois. A quantia de R$ 1,3 bilhão deveria ter sido quitada em 10 e 11 de julho. A pedido das empresas, o prazo foi esticado para o fim deste mês. O adiamento, no entanto, não satisfez as distribuidoras. Por isso, a instituição determinou uma nova data para a liquidação da parcela, 28 de agosto.

Caberá aos consumidores, a partir de 2015, repassar às empresas todo esse dinheiro gasto para socorrer o setor. Na terça-feira (29), o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, admitiu que o impacto dos empréstimos nas contas de luz será de oito pontos percentuais, sem contar outros fatores.

De acordo com o deputado José Aníbal (SP), que foi secretário de Energia do Estado de São Paulo, a média nacional de aumento nas tarifas de energia para o próximo ano poderá atingir 25%. “A conta da desordem em que se transformou o setor elétrico brasileiro será paga pelos brasileiros”, criticou o parlamentar em seu perfil no Facebook.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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30 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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