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Referência mundial no governo FHC, política de combate à Aids perde eficácia na gestão petista
Considerado vitrine em políticas de combate à Aids, o Brasil vem sofrendo um revés na estratégia que se tornou exemplo internacional. Essa é a avaliação do deputado Luiz Carlos Hauly (PR) diante dos dados divulgados ontem pela Unaids, programa da ONU sobre HIV e Aids. O estudo apontou um aumento de 11% no número de novos casos no Brasil entre 2005 e 2013. No mesmo período, houve queda expressiva no mundo, de 27,5%.
O tucano destacou o protagonismo do PSDB nessa área. O programa de combate à doença ganhou reconhecimento internacional durante o governo FHC, especialmente na gestão do ex-ministro da Saúde José Serra. “De vanguarda passamos para a retaguarda. O que era um modelo mundial passa a ser um retrocesso”, destacou, ao criticar a ineficiência do governo do PT.
Além do reconhecimento internacional, a eficácia da política do governo FHC serve de modelo de ação bem-sucedida na prevenção, no controle e na assistência aos portadores do vírus HIV. A estratégia rendeu ao Brasil diminuição tanto no número de novas infecções quanto na mortalidade.
“Quando José Serra esteve à frente do ministério, ele deu uma ênfase muito grande na política de combate à Aids”, explicou Hauly. “Havia uma humanização do atendimento à saúde a partir do Ministério da Saúde que não existe mais hoje no Brasil”, acrescentou.
Risco de epidemia
Há o risco de uma nova epidemia da doença no país, que registrou 7% a mais de mortes no ano passado em relação a 2005, enquanto no mundo os óbitos caíram 38%. Para Hauly, a única forma de reverter esse quadro é com a mudança do atual governo, que está no poder há 12 anos. “É a única forma de consertar o país, de melhorar a saúde, acabar com as filas, melhorar o atendimento e todas as políticas públicas do setor”, ressaltou.
Usuários de drogas injetáveis, homens homossexuais e profissionais do sexo são apontados pelo levantamento da Unaids como os grupos mais vulneráveis no Brasil e no mundo.
Resultados da política bem-sucedida do governo tucano
– O Ministério da Saúde conteve a velocidade com que a doença vinha progredindo no Brasil reduzindo à metade os casos que o Banco Mundial projetava para o ano 2000.
– A partir de 1996, as taxas de incidência dos casos de Aids começaram a apresentar uma estabilização em torno de 14,5 casos por 100 mil habitantes. Entre 1999 e 2000, a taxa de 13,6 casos por 100 mil habitantes caiu para 12,4 casos.
– Entre 1995 e 1999, caiu pela metade o número de mortes em decorrência da Aids, passando de 12 por 100 mil habitantes, em 1995, para 6 por 100 mil habitantes, em 1999.
– O modelo brasileiro de combate à Aids permitiu em seis anos uma significativa melhoria de qualidade de vida do paciente portador do vírus HIV/Aids. Nesse período, foi reduzido o custo do tratamento em 48% e foram diminuídas a quantidade e a duração das internações.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)
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