Obras no papel

Duarte: na falta do que mostrar e sem cumprir o prometido, Planalto tenta faturar em cima da Copa

Presidente do PSDB-SP, o deputado Duarte Nogueira (SP) foi à tribuna nesta terça-feira (15) para criticar o marketing promovido pelo governo Dilma em cima da Copa diante de tantas promessas descumpridas pela gestão petista. Ontem a presidente reuniu nada menos que 16 dos seus 39 ministros para fazer um balanço ufanista do torneio. “Na falta do que mostrar e à frente deu um governo sem marcas, tenta faturar em cima do mundial”, contestou o tucano.

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De acordo com o parlamentar, quem, na verdade, fez a Copa dar certo foram os brasileiros, que receberam os visitantes de braços abertos em todas as 12 cidades-sede. “E quem não fez a sua parte foi justamente o governo Dilma, que não cumpriu o prometido ao país – as obras de infraestrutura que melhorariam a vida das pessoas”, apontou Nogueira.

O parlamentar do PSDB destacou levantamento feito pela imprensa há 15 dias, com base em informações do próprio governo, mostrando que duas em cada três obras com verbas federais não ficaram prontas para a Copa. “Isto porque o mundo inteiro sabia desde outubro de 2007, ou seja, há sete anos, que a Copa do Mundo seria realizada no Brasil. E atrasos geralmente significam obras mais caras e prejuízo para os brasileiros”, alertou o presidente do diretório estadual.

Em seu discurso, o parlamentar citou outras cifras importantes: os estádios custaram três vezes mais do que o previsto, beirando os R$ 9 bilhões. E ainda de acordo com informações da imprensa, a promoção do torneio custou mais caro que o previsto, chegando a R$ 26 bilhões, dos quais 84% saíram de cofres públicos via orçamentos ou linhas de crédito liberadas por instituições federais.

“Mas, sobre isso, a presidente Dilma e seus ministros não disseram uma palavra. Ao tentar faturar em cima do que os brasileiros fizeram e não o seu governo, a presidente Dilma quer disfarçar suas incompetências e promessas que não cumpriu”, criticou o deputado.

As promessas descumpridas são muitas, avalia Duarte Nogueira. A combalida economia brasileira é objeto de algumas delas: a presidente foi à televisão cobrar dos bancos a redução da taxa de juros. Mas não fez o que era preciso para forçar a queda da Selic. “Hoje, os juros estão em 11%, patamar maior do que estavam quando ela assumiu, em 2011”, comparou.

Como lembrou Nogueira, Dilma também diz que a inflação está sob controle, num total descompasso com o que acontece no Brasil real, onde os preços estão nas alturas. “Se as estimativas se confirmarem, a inflação do governo Dilma baterá os 27%”, alertou.

Em 2012, a presidente Dilma foi à televisão prometer que as contas de luz ficaram mais baratas. “E o que aconteceu? As contas já subiram em média 18% este ano e subirão ainda mais o ano que vem porque os brasileiros terão de pagar o socorro de R$ 53,8 bilhões às empresas do setor elétrico, que se desestruturaram diante da gestão desastrosa da presidente Dilma. Segundo a CNI, desse total, R$ 35,3 bilhões serão pagos nas contas de luz e os outros R$ 18,5 bilhões, em impostos”, apontou o deputado em mais uma comparação do contraste entre marketing e realidade.

Para Nogueira, a imagem de grande gestora, que foi construída à base de muita propaganda, foi esfacelada pela paralisia do PAC. “As obras do programa estão cada vez mais caras e atrasadas, e pela sucessão de denúncias de irregularidades, superfaturamento e corrupção envolvendo a Petrobras, maior estatal brasileira. Que boa gestora aprovaria a compra de uma refinaria velha, que custava US$ 42,5 milhões, por US$ 1,2 bilhão? A presidente Dilma, aprovou, quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, a compra de Pasadena.”

No encerramento do seu pronunciamento, o parlamentar do partido disse que o Brasil não irá suportar mais quatro anos de governo Dilma. “E os brasileiros não merecem um governo como este, focado apenas em ganhar eleição, em sugar o Estado, em empregar a companheirada e cuja mediocridade está provocando atrasos extremamente lesivos ao país”, concluiu.

(Da redação/Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)