Consumidores desconfiados


Falta de investimento compromete geração de emprego, alerta Valdivino

8961724854_321d7ba327_c O desânimo e a falta de confiança do setor produtivo e dos consumidores com o governo da presidente Dilma Rousseff têm produzido efeitos devastadores sobre a economia. O indicativo mais forte disso, segundo economistas e analistas de mercado, vem da indústria de bens de capital – que produz equipamentos e instalações para os demais segmentos –, cuja produção caiu 5,8% entre janeiro e maio deste ano. As compras de bens de capital do exterior também recuaram. De acordo com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o país reduziu esse tipo de importação em 3,32%. Para representantes do setor, o segmento deve retrair 2% até o fim de 2014.

Isso significa, em resumo, que a indústria não tem adquirido novas máquinas para turbinar ou ampliar sua produção, já que o mercado não demanda. Preocupados com o risco da inflação e estarrecidos diante da desordenada política econômica do PT, os consumidores evitam comprar e, assim, comprometer mais ainda a renda com novas dívidas.

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Segundo o deputado Valdivino de Oliveira (GO), que é economista, retração da indústria é sinônimo de desemprego. “A situação é preocupante. O baixo nível de investimento compromete o emprego de amanhã. Daqui a quatro anos, a economia brasileira vai pagar o preço por não ter incentivado e investido”, afirmou.

SEM HORIZONTE – Diante do cenário negativo, especialistas estimam que a taxa de investimento este ano seja inferior a 18,4% do PIB, percentual registrado em 2013. Pelas projeções, deve oscilar entre 16% e 17,9%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de referência para medir o crescimento da economia.

Também são desanimadoras as expectativas dos analistas de mercado para a inflação e para atividade econômica, aponta o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado ontem (14). De acordo com as mais de 100 instituições financeiras pesquisadas pelo BC, a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 subiu de 6,46% para 6,48%, percentual bem próximo ao teto da meta fixada pelo governo, que é de 6,5%. A previsão de inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,89% para 5,92%.

As previsões de crescimento do PIB também caíram, de 1,07% para 1,05%. Foi a sétima semana consecutiva de queda neste indicador. O percentual é bem menor do que o estimado pelo governo, que espera aumento de 2,5%. Mais modesto e realista, o BC projeta uma alta de 1,6%.

Na avaliação de Valdivino, somente uma nova política econômica será capaz de romper o círculo danoso que abala a indústria, compromete a competitividade e intimida os consumidores. “Temos que devolver ao empreendedor brasileiro a confiança na economia. Ele precisa saber que vai investir hoje e ter, amanhã, condições de colocar seu produto no mercado nacional e internacional”, disse.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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15 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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