Vitória da disciplina


Para deputados, desempenho da seleção alemã deixa exemplos que Brasil deve seguir 

A vitória da Alemanha sobre a Argentina, que garantiu o tetracampeonato à seleção europeia, serviu de exemplo ao Brasil não só no futebol, mas nos índices de desenvolvimento e qualidade de vida. Nas redes sociais, deputados do PSDB destacaram o resultado da final da Copa do Mundo e traçaram um paralelo entre a atuação do Brasil e o campeão do torneio dentro e fora de campo.  

O líder tucano na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que a vitória foi da disciplina e da dedicação. Para ele, a conquista alemã foi merecida. O 1º secretário da Mesa Diretora da Casa, deputado Márcio Bittar (AC), afirmou que “venceu a equipe mais preparada na tática, no planejamento, na competência”. “Que nos sirva de lição”, disse o tucano, ao parabenizar os jogadores.

Outros deputados destacaram números que mostram a Alemanha à frente do Brasil não só nos gramados. Paulo Abi-Ackel (MG) disse que o pior da derrota no campo é “lembrar da derrota brasileira na competitividade e na qualidade de vida em relação à Alemanha”. Um dos dados que mostram o atraso brasileiro é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia renda, escolaridade e expectativa de vida.  Enquanto o índice brasileiro é de 0,73, o da campeã da Copa é de 0,92.

Se no futebol o Brasil foi o 4º colocado, em qualidade de vida amarga o 85° lugar. Os alemães ocupam a 5ª melhor posição do mundo. No índice Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda, a Alemanha é 0,27 e o Brasil ė 0,51. Quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade.

Para Abi-Ackel, isso representa ainda mais: “é quase o dobro de desigualdade, violência, desorganização social, péssima qualidade de vida, miséria e fome. O Brasil é 30 vezes mais violento do que a Alemanha”, criticou. O tucano lembrou ainda que a escolaridade média dos brasileiros é de 7 anos, enquanto na Alemanha é de 13 anos. “Falta ao governo brasileiro planejamento, eficiência e respeito com o cidadão”, lamentou o tucano.

Já o deputado Reinaldo Azambuja (MS) destacou que o gosto amargo do quarto lugar deixou a lição de que não basta talento. Segundo ele, é preciso ter visão de futuro, planejamento e muito trabalho. “Assim, nos resta entender que é preciso mudar a forma de tratarmos o futebol e dar os parabéns à seleção da Alemanha”, disse.

Da tribuna, o deputado Izalci (DF) destacou que a seleção alemã deu uma demonstração de competência, planejamento, simplicidade e solidariedade. “Nós temos que ser campeões e seguir o exemplo da Alemanha na educação, na saúde, na segurança”, ressaltou.

Segundo o parlamentar, o péssimo desempenho do Brasil dentro dos campos pode ser comparado à economia brasileira. “As nossas indústrias quebraram, não têm competividade”, apontou.

O tucano voltou a criticar as suspeitas de corrupção e superfaturamento na construção das arenas. “Os estádios foram superfaturados e mal feitos. Então, não venham dizer que foi a Copa das Copas”, disse. “Eu quero que estas sejam as eleições das eleições. É hora de fazer uma grande mudança. Ninguém aguenta mais falta de organização, de planejamento, corrupção e superfaturamento”, completou.

Atitude oportunista
Após a derrota da seleção brasileira para a Alemanha, a presidente Dilma resolveu defender uma “renovação” da gestão do futebol no país. Na ocasião, o deputado Otavio Leite (RJ) avaliou a atitude como oportunista. O tucano ressaltou que o governo da petista tem travado a votação do Proforte, projeto que trata, entre outros pontos, do refinanciamento das dívidas de clubes em troca de ações de modernização.

Relatada e modificada por Leite, a matéria cria a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. O texto estabelece punições para aqueles que não prestarem contas ou atrasarem salários de atletas e funcionários. A proposta foi aprovada em maio pela comissão especial. Desde então, o texto aguarda votação no plenário da Câmara. Diante do vexame da seleção na Copa e da polêmica gerada, a expectativa do deputado é que o Proforte seja aprovado em breve.

“Não sei se repetiremos na história esse ambiente tão oportuno para que possamos mexer nas estruturas do desporto brasileiro”, declarou. “Não faz sentido o governo obstruir uma proposta tão importante para o país”, completou. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, por sua vez, citou o projeto do deputado do PSDB. Para o tucano, não basta o apoio apenas do ministro, “é preciso que o governo seja a favor”.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/ Áudio: Hélio Ricardo)

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14 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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