Infraestrutura capenga

Izalci critica descontrole da gestão petista na área de energia elétrica e atrasos em obras do setor

O deputado Izalci (DF) criticou nesta sexta-feira (4) a incapacidade do governo petista de executar e entregar as obras que promete. Ele destacou, especialmente, o descontrole na área de energia elétrica, comprometida pelas obras atrasadas e pela falta de ações efetivas do Palácio do Planalto.

“Eles propagam muito e não conseguem executar o que prometem. Na prática, o Brasil sofre com a falta de infraestrutura, que não é feita da noite para o dia”, declarou o tucano. “As ações do governo são muito pontuais. Não se planta nada. Os petistas esgotaram a capacidade de investimento do país”, acrescentou.

De acordo com o último relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” na quinta-feira (3), dos 443 empreendimentos de transmissão em construção ou com obras de reforço, 240 estão atrasados. Isso quer dizer que mais da metade está fora do prazo definido pelo governo.

O levantamento da agência revela ainda que 209 projetos de transmissão, o correspondente a 47,2% do total, já deveriam ter sido entregues. Além disso, mostra uma distorção nos cronogramas. Alguns empreendimentos listados como atrasados estimam um adiamento de poucos dias. No entanto, a maioria prevê que as obras serão entregues com diferenças de meses ou até anos em relação ao previsto inicialmente.

DÍVIDAS E CAOS – Estratégico para a economia do país, o setor de energia elétrica é uma fonte de preocupação permanente dos especialistas e de consumidores. Desde que o governo decidiu intervir diretamente nele, em 2012, já acumula uma defasagem de R$ 45 bilhões. O rombo será liquidado pelos cidadãos e pelo setor produtivo.

Este ano, os reajustes já atingiram 40 milhões de brasileiros. Em alguns casos, os aumentos chegaram a 30%, percentual superior ao desconto alardeado pelo governo em janeiro de 2013, que foi de 20%. “Com o tempo, percebemos que o governo e a Dilma tiveram uma atitude somente eleitoreira”, afirmou Izalci.

NA CONTA DA INFLAÇÃO – Para especialistas, o aumento da conta de luz deve repercutir diretamente na inflação, cujo índice oscila bem próximo ao teto da meta estabelecida pelo Banco Central, 6,5% ao ano. “Para cada ponto percentual de reajuste da energia, o impacto na inflação é de 0,03 ponto percentual. E isso é muito”, explicou o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao jornal “Diário de Pernambuco” de quarta-feira (2). Segundo ele, 5% da inflação de 2014 já são reflexos dos vários reajustes autorizados pela Aneel.

(Da redação, com informações dos jornais “O Estado de S.Paulo” e “Diário de Pernambuco”)