Negócio suspeito

Izalci questiona sócios da Labogen sobre atividades da empresa, mas testemunhas se esquivam

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouviu nesta quarta-feira (2) Leonardo Meireles, dono do laboratório Labogen, que seria uma empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef. Youssef foi preso em março, na operação Lava Jato, da Polícia Federal. No processo contra o deputado André Vargas está sendo apurada a relação do parlamentar com o doleiro.

O deputado Izalci (DF) questionou Meireles sobre a compra da empresa, mesmo sabendo que ela tinha dívida de US$ 54 milhões, e quem teria financiado os negócios. A testemunha argumentou que, entre 2008 e 2010, a empresa não teve nenhuma atividade. Só a partir de 2010 os projetos foram retomados.

Meireles se recusou a responder parte das perguntas e não disse quem o incentivou a fechar a aquisição do laboratório. “É evidente que, para assumir uma dívida de milhões de dólares em uma empresa que devia carga tributária e trabalhista, tinha que haver perspectivas. Quem te incentivou a comprar a empresa, já que você não era do ramo?”, perguntou Izalci, ao lembrar que Meireles ainda não era bacharel em Direito na época da negociação.

A testemunha negou que Esdras Ferreira, sócio minoritário do Labogen, era frentista de um posto de gasolina quando foi convidado a participar da empresa. Esdras também compareceu à reunião, mas se recusou a responder as perguntas dos parlamentares. Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que costumava abastecer o carro de Leonardo quando era frentista, e a partir daí surgiu o convite a entrar na sociedade.

“A convite do Leonardo, você topou entrar na sociedade de uma empresa que devia 54 milhões de dólares. E também o seu sócio disse que o convidou novamente para participar de outra empresa, a Piroquimica, que tinha dívida de R$ 800 mil. Você era laranja da empresa e recebia em função disso?”, questionou Izalci.

(Da Redação com informações da Agência Câmara/ Foto: Alexssandro Loyola)