Balanço surreal


Eduardo Barbosa: com várias obras no papel, PAC se consolida como peça de propaganda

Depois de três anos do lançamento da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mais da metade das obras previstas não foram concluídas. Das quase 50 mil obras e empreendimentos, apenas 12% estão com carimbo de concluídos ou em operação.

Servindo de marketing do segundo mandato de Lula, o PAC foi lançado em 2007, e continua sendo um dos carros-chefes do governo federal. Em 2008, o então presidente Lula apresentou a sua sucessora, Dilma, como a “mãe do PAC”. Com ela, o programa ganhou uma segunda fase, que não passou de reformulação de antigas promessas.

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Na semana passada, o governo federal divulgou o décimo balanço do PAC 2. Nele, a gestão petista afirma ter executado 84% do investimento previsto para o mandato de Dilma. O número divulgado inclui obras atrasadas há mais de 10 anos, a ajuda de estatais e de empresas privadas.

Para o deputado Eduardo Barbosa (MG), a população não vê o mesmo que o governo federal apresenta em seus balanços. “Já existe uma consciência no país inteiro de que a tão anunciada política do governo para o desenvolvimento nada mais é do marketing, onde a sociedade não consegue visualizar os feitos que são amplamente declarados”.

O governo afirma ter investido R$ 871 bilhões desde 2011. Desse total, o setor de habitação chega a 42% dos gastos. No entanto, apenas a metade das moradias prometidas foi entregue aos moradores. “Ou seja, fala-se em números gigantescos, mas o que percebemos são resultados bem pífios e inferiores ao programado”, avaliou Barbosa.

Mais fiascos do PAC – Segundo dados da ONG Contas Abertas, o Ministério da Educação (MEC) possui mais de 14 mil iniciativas previstas na segunda fase do programa, mas apenas 4,9% dos projetos foram concluídos. Em números reais, das seis mil creches prometidas, somente 379 chegaram a sair do papel.

Na área da saúde, das 500 unidades de pronto atendimento (UPAs) prometidas pela presidente na campanha eleitoral de 2010, somente 23 estão entregues.

A transposição do rio São Francisco é outro exemplo da confusa contabilidade do governo. Ela deveria ter sido entregue em 2010. Atualmente, menos de 60% da iniciativa está concluída e a previsão é de que só seja finalizada em 2015. “O significado desses balanços, mais uma vez, mostra que o governo trabalha com processo de marketing não condizente com o real”, alertou o tucano.

(Reportagem: Paulo Simões/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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1 julho, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Balanço surreal”

  1. rubens malta campos disse:

    Essa situação precisa ser bem explicada nas futuras eleições.

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