Ameaça à estabilidade


PT e Dilma colocam avanços do Plano Real em perigo, alertam parlamentares

2012.06.06 - PSDB - Pautas TardeO Plano Real completa nesta terça-feira (1º) 20 anos enfrentando um duro teste imposto pelo PT e pelo governo de Dilma Rousseff. Além de não reconhecerem os feitos da iniciativa – a tão sonhada estabilidade da moeda -, tocam em frente um desordenado modelo de estímulo ao consumo e ao endividamento.

Para frear a desaceleração econômica, os petistas investem pesado no que pode ser a “kriptonita” da engenharia criada sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, durante o governo de Itamar Franco, e colocam novamente a inflação entre os pesadelos dos brasileiros.

Play

Segundo o primeiro vice-líder do PSDB na Câmara, Vanderlei Macris (SP), o PT tem criado todas as dificuldades para que o plano se mantenha e a economia continue saudável. 

“A desorganização econômica é patente. A população mais pobre está perdendo os ganhos reais do seu salário. A inflação é o imposto mais nocivo para o salário do trabalhador”, disse o tucano. “Com isso, o governo está começando a deteriorar um plano vencedor para a sociedade”, acrescentou o tucano, que foi à tribuna à noite para fazer um pronunciamento sobre a passagem da data e para alertar dos riscos de retrocesso na estabilidade econômica com o PT no poder. 

Este ano, a exemplo do que acontece desde 2009, a inflação deverá chegar ao limite superior de variação permitido pelo regime de metas – 6,5%. Em 10 dos 41 meses da gestão Dilma transcorridos até agora, o IPCA ultrapassou o teto da meta. Os preços de itens básicos, como alimentos, são os que mais sobem, numa média de 9% há cinco anos. Com os serviços, acontece o mesmo. No seu discurso, Macris alertou para reportagem da revista “Veja” desta semana que traz na capa uma bomba relógio que ameça explodir e detonar as conquistas do real.

Para o deputado Izalci (DF), a política econômica adotada pelo Palácio do Planalto deixou de ser uma ameaça e já compromete as bases do Plano Real. “Basta ver os índices de inflação, que já batem no teto, na maquiagem dos números, no superávit primário forçado e no controle dos preços”, afirmou o tucano.

O parlamentar disse ainda que, por ideologia e incompetência, os petistas negligenciaram o programa econômico criado há 20 anos.  “Eles não sabem governar. Sugaram tudo que tinha de bom e não há mais o que fazer. O Plano Real foi fruto de muito sacrifício”, destacou.

PREOCUPAÇÃO GERAL – Os brasileiros acompanham as manobras dos petistas de segurar o leão da inflação e afirmam, por meio de pesquisas de opinião, que a alta dos preços é o principal problema do país. Segundo o Pew Research Center, um dos principais institutos de pesquisa dos EUA, a população está insatisfeita, preocupada e pessimista.

Ao entrevistar pouco mais de mil pessoas, 10 e 30 de abril, a instituição verificou que 72% estão insatisfeitas com a situação do Brasil, 67% consideram a economia ruim e 85% se preocupam com a alta dos preços.

De acordo com a pesquisa CNI/Ibope divulgada em 19 de junho, 71% dos entrevistados desaprovam as políticas de combate à inflação postas em marcha pela gestão Dilma Rousseff.

Vanderlei Macris salientou que é importante retomar o mais rápido possível o sentido do Plano Real, que foi a estabilidade econômica. “Esse governo está deixando o plano se deteriorar por incompetência e falta de postura do ponto de vista fiscal”, criticou.

DESCONFIANÇA – Em entrevista ao “Correio Braziliense” de domingo (29), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso destacou a paralisação das reformas necessárias para assegurar o crescimento da produtividade e a penetração de interesses partidários na máquina pública.

“No governo atual foi criado um clima de desconfiança em relação ao setor privado e foi levado ao máximo o lema lulista: para crescer, basta aumentar e o crédito público e o consumo”, disse. “Resultado: estamos entrando em um período de estagflação, com baixo crescimento e um pouco de inflação. Se o rumo não for mudado, isso diminuirá os efeitos sociais positivos alcançados.”

Para consolidar a estabilidade e o dinamismo da economia, disse o tucano, é preciso retomar o aumento das taxas de produtividade a longo prazo. “Não se precisa de um “arrocho”, mas de correção de rumos na política econômica (mais respeito às metas de inflação e maior controle nos gastos públicos). Mas, sobretudo, precisamos de mais e melhor investimento público e privado”, afirmou. “Para isso, é conveniente restabelecer a confiança quebrada na continuidade de políticas sérias que favoreçam o crescimento, sem voluntarismos inúteis por parte dos governos”, acrescentou.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
1 julho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *