Faltosos


Ausência de testemunhas pesa contra Vargas em processo de cassação, avalia Izalci

O Conselho de Ética da Câmara se reuniu nesta quarta-feira (18) para ouvir testemunhas no processo contra o deputado André Vargas. No entanto, nenhuma oitiva foi realizada devido à ausência dos Lucio Bernardo Jr. Câmara dos Deputadosconvidados. A maioria sequer avisou que faltaria, inclusive importantes figuras petistas como o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), o presidente do partido, Rui Falcão, e o líder petista na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP).

Representante do PSDB no colegiado, o deputado Izalci (DF) afirma que a ausência pode ter um importante significado. “Quem cala consente. Se não apareceram é porque concordam que Vargas estava errado. Tanto que trabalharam para ele sair da vice-presidência da Câmara e deixar o partido. Se não soubessem de nada, não teriam feito essa pressão”, aponta o tucano.

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Para ele, o Partido dos Trabalhadores teme desenrolar ainda mais as investigações e ver surgir outros quadros do partido no meio das irregularidades. Vargas chegou a pedir a desfiliação do PT, o que ainda não foi oficializado junto à Câmara. O relator do processo, deputado Júlio Delgado, avaliou que os correligionários do petista demonstram saber que ele é culpado, mas são coniventes.

Vargas responde a processo no Conselho de Ética pelo relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato. O doleiro pagou um jatinho para levar o deputado e a família para passar as férias em João Pessoa no final do ano passado. Em conversas grampeadas pela PF, o deputado teria intercedido em favor de uma das empresas de fachada de Youssef, a Labogen, em contratos com o Ministério da Saúde. Nas conversas, o doleiro diz que o contrato da empresa fantasma garantiria a “independência financeira” dos dois.

Os petistas não justificaram a ausência na reunião, assim como Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, donos do Labogen. O dono do jatinho usado por Vargas, Bernardo Tosto, se colocou à disposição do colegiado para responder questionamentos. Já o doleiro, que está preso, será interrogado por videoconferência, marcada para o dia 1º de julho. O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que teria intermediado as negociações com o laboratório Labogen, avisou que não poderia comparecer.

Uma nova audiência para ouvir as testemunhas apresentadas por Delgado foi marcada para a próxima quarta-feira. Caso haja nova ausência, elas serão dispensadas. Em seguida serão marcadas as oitivas das testemunhas apresentadas por Vargas.

Para Izalci, ficou clara a tentativa de membros do PT de passar a imagem que o relator quer politizar o Conselho de Ética, quando é o próprio partido que tem agido dessa forma. “O PT quer transformar isso aqui em questão política e fica acusando o relator de  usar o Conselho de Ética politicamente”, disse.

O tucano avalia como contundentes as provas contra Vargas. Segundo ele, não está descartada a cassação do mandato do deputado. “Estamos aguardando principalmente a cópia do processo que está no Supremo e parte do que está já na CPMI da Petrobras, que trata da Operação Lava Jato, pois as provas estão mais contundentes. Não dá para adiantar a decisão, mas tudo que temos pela frente vai ajudar a elucidar o caso”, completou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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18 junho, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Faltosos”

  1. rubens malta campos disse:

    É o desprezo petista a tudo que seja sério e de interesse do Brasil.Eles só enxergam o interêsse pessoal e partidário.

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