CPI Mista da Petrobras
Documentação da Lava Jato vai facilitar próximos interrogatórios na CPMI, diz Izalci
Até o fim da semana, integrantes da CPI Mista da Petrobras recebem cópia dos autos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Suplente do PSDB da Câmara no colegiado, o deputado Izalci (DF) afirmou que o conteúdo do inquérito dará um novo direcionamento às investigações e facilitará os interrogatórios. O próximo depoimento na CPI mista será do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, na tarde de quarta-feira (25).
“A documentação será em breve disponibilizada para nós. Isso vai adiantar bastante os nossos trabalhos. Com isso, será mais fácil dialogar com o Gabrielli”, disse o tucano após cancelamento da reunião administrativa da comissão, nesta quarta-feira (18).
O ex-presidente da companhia esteve em 20 de maio na CPI da Petrobras no Senado, que é monopolizada pelos governistas. Diante deles, Gabrielli assumiu um tom conciliador sobre a presidente Dilma Rousseff. Depois de chamá-la para a briga por meio dos jornais, recuou e a isentou de qualquer responsabilidade sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA), que custou US$ 1,249 bilhão.
Ainda assim, ele defendeu a aquisição da unidade, contrariando a versão adotada por Dilma. Afirmou que, no primeiro momento, era um bom negócio. Com a crise de 2008 e as consequentes mudanças no mercado, Pasadena significou prejuízo, mas que já está sendo revertido desde 2013.
LAVA JATO – A Operação Lava Jato desbaratou em março deste ano uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado R$ 10 bilhões. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef seria o chefe da quadrilha, da qual faria parte o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Os dois seriam os responsáveis por administrar um “seleto clube” de empresas nacionais e estrangeiras que, para prestar serviços ou vender produtos à estatal, deveriam pagar uma taxa entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Além disso, elas repassariam parte do valor dos contratos para um caixa que era dividido entre intermediários do negócio, diretores da Petrobras e políticos da base aliada do Palácio do Planalto.
Em depoimento à CPI do Senado, em 10 de junho, Costa negou que tenha sido montada uma “organização criminosa” na Petrobras, conforme revelou a Polícia Federal. Ele alegou inocência sobre todas as acusações que recaem sobre ele, como o recebimento de propinas de empresas fornecedoras da estatal.
No dia seguinte, ele voltou à prisão por determinação do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná e responsável pelo processo da Operação Lava Jato. Segundo o magistrado, havia risco de fuga do ex-diretor devido a supostas contas que ele mantém na Suíça.
(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola)
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