Números que preocupam


Consertar desastre econômico do governo Dilma exigirá trabalho árduo, alerta Kaefer

Para Kaefer, petistas desarrumaram a economia de tal forma que será preciso grande esforço para recolocar país nos trilhos.

Para Kaefer, petistas desarrumaram a economia de tal forma que será preciso grande esforço para recolocar país nos trilhos. PIBinho, inflação aquecida e juros elevados marcam gestão petista.

Um dos deputados mais envolvidos no debate econômico na Câmara, o deputado Alfredo Kaefer (PR) vê com preocupação os sucessivos indicadores que apontam para um legado maldito de Dilma na economia. Os últimos números e projeções mostram que o Brasil vive um marasmo e já flerta com a “estagflação”, termo usado pelos economistas para definir um cenário marcado por longos períodos de baixo crescimento econômico combinados com preços excessivamente elevados. Integrante titular da Comissão de Finanças e Tributação, Kaefer avaliou nesta segunda-feira (16) que o país terá que passar por vários ajustes para reencontrar o caminho do desenvolvimento. 

Analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central continuam manifestando pessimismo com o crescimento da economia brasileira. Pela terceira semana seguida, os economistas reduziram a previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, que caiu de 1,44% para pífios 1,24%. Como se não bastasse o PIBinho, a inflação – um fantasma debelado pelo Plano Real – continua atormentando os brasileiros na era petista. Pela mesma previsão, manifestada no Boletim Focus divulgado nesta semana, a inflação deve encostar no teto da meta, de 6,5%, estabelecido pelo governo, e fechar em 6,46% neste ano.

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Para Kaefer, o  mau momento é resultado de escolhas erradas por parte da gestão do PT. O mesmo diagnóstico é compartilhado por diversos economistas ouvidos pelos principais veículos de comunicação do país. “Procurou-se basear o crescimento no consumo, e essa fórmula não deu certo. Exauriu-se a poupança e hoje as famílias estão inadimplentes. Cessou o consumo e, junto com ele, o crescimento. Era para terem adotado outro viés, como o estímulo aos investimentos, sobretudo de infraestrutura”, explicou o deputado. Em sua avaliação, agora será necessário toda uma reengenharia para consertar a economia.

Apesar do elevado endividamento da população, o ex-presidente Lula deu recentemente uma bronca pública a um dos principais auxiliares de Dilma cobrando a liberação de mais crédito, em uma demonstração de que a principal liderança do PT prescreve um remédio que já se mostrou ineficaz para resolver o problema. 

NÚMEROS PREOCUPANTES – Os números que causam preocupação são muitos. Um deles diz respeito à dívida pública. Para financiá-la, o governo torra 5% do PIB, a maior fatura entre as 20 maiores economias Equação de Dilma02do mundo. O volume de dinheiro corresponde a dois PIBs da Croácia, cuja seleção foi derrotada na estreia da Copa semana passada.  A conta é gigantesca: cerca de R$ 248 bilhões.O dinheiro faz falta nas mais diversas áreas, como na fragilizada infraestrutura brasileira. 

O impacto do marasmo é múltiplo. O desânimo no setor da indústria, por exemplo, é cada vez mais evidente: fábricas de diferentes áreas, especialmente as de bens duráveis, estão dando férias coletivas aos empregados. Segundo levantamento divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, os industriais continuarão desacelerando os investimentos nos próximos meses. 

Reverter esse quadro será uma tarefa árdua, acredita Kaefer. O tucano acredita que o controle dos gastos e enxugamento da máquina pública são algumas das prioridades. O governo Dilma, por exemplo, tem 39 ministérios em funcionamento – um recorde. Estimular a produção, equilibrar a balança comercial e domar a equação entre controle da inflação e juros altos são outros desafios. “É preciso fazer todo um conserto da economia. Os números estão aí e mostram essa necessidade”, reiterou o deputado.  O tucano também é um crítico severo da elevada carga tributária e da repartição desequilibrada das receitas tributárias, concentradas excessivamente na União. 

(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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16 junho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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