Fora do trilho


Legado desastroso de Dilma na economia exigirá reformas e forte política de investimentos

O deputado César Colnago (ES) fez uma alerta nesta segunda-feira (9) para a caótica situação da economia brasileira. O tucano sugere um ajuste das contas públicas e estímulo aos investimentos para reverter o 14090768977_49255299d6_hcenário de baixo crescimento, juros elevados, inflação perto do teto da meta, modelo de incentivo ao consumo esgotado e elevado endividamento da população. O drama fica cada vez mais evidente com a divulgação de números que comprovam a inexistência de rumo no governo da presidente Dilma quando o assunto é economia.

“Temos que colocar o trem nos trilhos, pois ele está descarrilhado”, avaliou Colnago sobre recentes projeções para o ano. O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana seguida, a previsão de crescimento da economia brasileira, que passou de 1,50% para 1,44%, informou o Banco Central nesta segunda-feira (9), por meio do Boletim Focus. Em relação à inflação, a estimativa continua em 6,47%, muito próxima ao teto, de 6,5%, e bem acima do centro da meta, de 4,5%.

Play

Colnago avalia que falta visão estratégica ao governo. O parlamentar afirma que o governo preferiu adotar o estímulo ao consumo como único meio de fazer o país crescer. Funcionou em 2008 e 2009 devido à crise mundial, mas em seguida o modelo se esgotou e nenhuma medida foi tomada. Reformas não foram feitas e os investimentos minguaram.

Com tanto estímulo para que a população fosse às compras, os brasileiros se endividaram e chegaram a um limite que corrói fortemente seu poder aquisitivo. De acordo com o Banco Central, as famílias estão devendo R$ 1,3 trilhão somente às instituições financeiras. É um recorde correspondente a 26,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos últimos 12 meses, esse montante acumulou alta de 15,2%, o que demonstra o aperto no orçamento doméstico. Com tantas dívidas e preços elevados por causa da inflação, a população está cada vez mais pessimista em relação à economia: 36% das pessoas, segundo Pesquisa Datafolha, acreditam que 2015 será pior do que 2014.

“O que se precisa fazer é o ajuste das contas públicas, controle e tolerância zero com a inflação, que está corroendo o poder de compra das famílias e, acima de tudo, ter um projeto de desenvolvimento com estímulo de investimentos, sejam privados ou públicos, para retomar o crescimento”, defende Colnago.

O deputado avalia que é impossível tirar o país de uma esteira de Pibinhos, ou seja, de baixo crescimento, só com o consumo. “O que se tem que fazer agora é usar parte dos recursos públicos em investimentos que agreguem valor às cadeias produtivas na geração de emprego e renda”, alerta.

Outro número que preocupa refere-se aos juros. Segundo estimativas do governo e do mercado financeiro, os gastos com juros devem ultrapassar a marca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. No ano, até abril, essa despesa representou 4,9% do PIB. Até mesmo o ex-presidente Lula, responsável por dar início ao estímulo obcecado pelo consumo, tem feito críticas publicamente à condução da economia.

“Realmente o modelo se esgotou e precisamos fazer diversas reformas, inclusive a tributária, para podermos retomar a competitividade e assim fazer crescer a economia”, concluiu Colnago.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
9 junho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *