Escalada da violência

Em ato em frente ao Planalto, oposição condena omissão do governo na segurança pública

Números apresentados pelo líder Antonio Imbassahy mostram o total descaso dos governos petistas com a área da segurança pública.

A oposição promoveu nesta terça-feira (3) um ato a poucos metros do Palácio do Planalto para denunciar à sociedade a completa omissão do governo petista na segurança pública. Ao longo dos últimos 12 anos, cerca de 600 mil cidadãos perderam a vida em assassinatos ocorridos em todo o país. Para simbolizar a triste estatística, foram colocadas 600 cruzes vermelhas na Praça dos Três Poderes. Os vários números levantados pelos parlamentares mostram como a inação é decisiva para provocar um verdadeiro banho de sangue de Norte a Sul do país.

Líder do PSDB na Câmara, o deputado Antonio Imbassahy (BA) lamentou as tristes estatísticas, mas ponderou que elas refletem a realidade. Apenas em 2012, cerca de 56 mil assassinatos aconteceram no Brasil – número equivalente a cerca de 10% de todos os homicídios ocorridos no planeta. O descaso da gestão petista é expresso nos números: nos últimos três anos só 1/3 do orçamento federal para a segurança pública foi aplicado, denunciou o tucano.

FRONTEIRAS ABERTAS

O governo também não conseguiu combater a superlotação carcerária, pois no mesmo período tirou do papel apenas 11% das verbas previstas no Fundo Penitenciário. Além disso, só 13% dos recursos do setor de segurança saem dos cofres da União. O restante é bancado por estados e municípios. “Assistimos a uma completa omissão do governo em relação à politica nacional de segurança. Não se vê nada também para controle da entrada de drogas e armas pelas fronteiras”, reprovou Imbassahy. Para ele, os dados explicam o sentimento de insegurança vivido pela população nas cidades e também no campo.

Ainda de acordo com o líder, o governo não aprendeu que combate efetivo à criminalidade não pode ser feito só com outdoor e propaganda. “Queremos um governo que seja operante e coloque o setor entre as prioridades. Essa manifestação é simbólica porque ocorre em frente ao local de trabalho da atual inquilina do Palácio do Planalto, que deve se retirar em breve”, afirmou.

As 600 cruzes simbolizam os cerca de 600 mil assassinatos ocorridos na era petista à frente do governo federal.

Já o líder da Minoria na Câmara, Domingos Sávio (MG), disse que a manifestação ocorre em um clima de “profunda tristeza”, o mesmo sentimento da grande maioria da população quanto à área da segurança. Ao citar os dados de homicídios, Sávio classificou o quadro de “terrível” e alertou para o crescimento constante da criminalidade. “Os mais de 50 mil assassinatos por ano são mais que qualquer guerra vivida pelo planeta”, comparou.

Assim como Imbassahy, o líder também reprovou a “omissão absoluta do governo na área da segurança” e o orçamento pífio do setor – menos de 1% da arrecadação. O deputado é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição que cria o “Sistema Nacional de Segurança pública”, com a definição de percentuais mínimos a ser aplicados pela União e pelos estados no setor. No entanto, segundo ele, a proposta avança porque o Planalto não deixa o Legislativo trabalhar.

Macris: após a Copa, esquema especial de segurança vai desaparecer

Para o 1º vice-líder da bancada do PSDB, Vanderlei Macris (SP), o esquema de segurança montado para a Copa do Mundo tem como foco proteger a Fifa da violência, mas os brasileiros continuam expostos. “E quando acabar a Copa voltaremos à realidade. Esse protesto de hoje visa denunciar essa preocupação do governo de maneira pontual, e não como algo afirmativo, como esperavam os brasileiros os brasileiros no dia a dia”, alertou. Além dos tucanos, parlamentares do DEM, Solidariedade e PPS também estiveram no evento, inclusive os tucanos Nelson Marchezan Junior (RS), Nilson Leitão (MT) e Silvio Torres (SP).

Banho de sangue

– Em 12 anos de governo do PT, cerca de 600 mil brasileiros foram assassinados.

– Em 60 anos, o conflito Israel x Palestina provocou cerca de 50 mil mortes. Apenas em 2012, cerca de 56 mil assassinatos aconteceram no Brasil – número equivalente a cerca de 10% de todos os homicídios ocorridos no planeta.

– No plano das atribuições federais, as fronteiras permanecem abertas ao tráfico. O problema das drogas segue em ritmo ascendente, sem falar do sucateamento da Polícia Federal, envolvida em uma crise sem precedentes.

– Nos últimos três anos, apenas 35% do orçamento federal para a área de segurança foi executado.

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