A passos lentos


Governo Dilma terminará marcado por PIBinho e inércia, alerta Duarte Nogueira

Nesta segunda-feira (2), o deputado Duarte Nogueira (SP) enumerou falhas do governo federal que levaram a economia nacional a um momento delicado. O pífio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre (0,2%) ante o período anterior e as projeções de aceleração ainda menor no segundo trimestre somam-se a outros números acanhados. Os índices resultam da falta de investimentos, ineficiência e inchaço da máquina pública, de acordo com o deputado.

Os economistas do mercado financeiro reduziram, na semana passada, de 1,63% para 1,5% a perspectiva para o crescimento do PIB deste ano, de acordo com o Relatório Focus.  A revisão aconteceu após a divulgação do resultado do primeiro trimestre. E para o período de abril a junho, a tendência é de piora. A queda forte e generalizada em maio dos índices que medem a confiança de consumidores e de empresários da indústria, comércio, serviços e construção, que respondem por 60% da economia, indica um desempenho ainda pior do PIB neste trimestre, com risco de atingir um resultado negativo.

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O parlamentar do PSDB alerta que há algo errado na condução econômica. “O Brasil tem hoje uma das maiores arrecadações de tributos do mundo, no entanto não cresce. E está errado porque tem uma máquina inchada, ineficiente, sem investimentos em infraestrutura, que ajudem a  promover a produtividade e abertura de novos negócios e postos de trabalho”, alerta o deputado Segundo ele, “temos um país com enorme potencial para crescer, mas amarrado em cima de um tijolo que não o deixa avançar”.

O país está em 12º lugar entre os 18 países que já divulgaram o PIB do 1º trimestre. Fica atrás, por exemplo, do vizinho Chile, e da Espanha, que ainda tenta se recuperar da crise. Mesmo com as projeções de possível retração para o trimestre em curso e de crescimento anual de 1,5%, o governo mantém a expectativa de 2,5%. Para Duarte, se o emprego do ministro da Fazenda, Guido Mantega, dependesse das previsões, ele já teria sido demitido. “Nenhuma de suas previsões se confirmam. Ele cria expectativas que se frustram e acabam por atrapalhar o planejamento do país, inclusive com prejuízo à nossa própria credibilidade”, destaca.

Para que o país volte a engrenar, o tucano afirma que é preciso uma mudança de postura. “Precisamos melhorar a produtividade, investir mais em segurança jurídica, colocar as agências reguladoras para estabelecer um ambiente de investimentos para os brasileiros e para os investidores internacionais. O governo também tem que parar de iludir os brasileiros com coisas que depois não venham a acontecer”, explica.

Com Dilma, Brasil terá o menor crescimento depois de Collor e Floriano Peixoto

 Se confirmadas as novas previsões de expansão do PIB, Dilma será a governante responsável pela menor expansão da economia brasileira desde Collor. Entre todos os presidentes da República da história do país, ela só será melhor que o atual senador e que marechal Floriano Peixoto. É a “apoteose da mediocridade”, como resumiu o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Reinaldo Gonçalves em entrevista a “Veja”. A média de crescimento anual do PIB brasileiro no governo da petista não deve atingir sequer 2%.

Duarte Nogueira explica que a petista colhe os maus frutos do governo de Lula, do qual ela fez parte. Gastos de custeio nas alturas, desperdício, pouco investimento em infraestrutura, aparelhamento das estruturas públicas e tantos outros erros cometidos levaram ao atual estado de estagnação econômica.

 “É uma questão muito simples: o presidente Lula teve um bom antecessor, mas a presidente Dilma não pode dizer a mesma coisa”, resumiu Nogueira, ao destacar que o próximo governo também terá dificuldades devido à inércia da atual presidente.

A média anual de crescimento durante os quatro anos de governo Dilma não deve passar de 2%. Exceto o presidente que sofreu impeachment depois de dois anos de desastrosos planos econômicos e do marechal que enfrentou uma situação de guerra civil, Dilma terá o pior desempenho como presidente na área econômica.  Com Floriano, nos idos dos anos de 1890, o Brasil teve recuo de -7,5% e com Collor -1,3%.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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2 junho, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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