Relações Exteriores


Para Barbosa, audiência esclareceu apoio do Brasil a posicionamento da Argentina em relação à dívida

Para Barbosa, débito argentino tem potencial para desestabilizar região.

Para Barbosa, é preciso preservar a estabilidade econômica da região.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), deputado Eduardo Barbosa (MG), fez um balanço das audiências públicas realizadas pelo colegiado nesta quarta-feira (28). O primeiro tema foi a situação política da Venezuela, enquanto o segunda tratou da decisão de apoiar a Argentina na Suprema Corte dos Estados Unidos, onde o país vizinho é processado por 14 credores devido dívida remanescente de 2001. 

Na opinião do tucano, ficou esclarecido o porquê do posicionamento do Brasil diante da situação argentina.  “O que está se preservando nesse fato é uma coisa maior: a estabilidade econômica de uma parte do hemisfério latino-americano, que inclusive repercute em outros países. Não podemos pensar de forma isolada, somente em nosso país”, apontou o tucano após ouvir as explicações do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

De acordo com Garcia, a decisão do Brasil foi equilibrada e semelhante a de outras nações, como França e México. Os credores remanescentes da dívida argentina cobram um pagamento à vista de US$ 1,3 bilhão, o que poderia causar uma desestabilização econômica no país vizinho e grandes reflexos em outras nações, inclusive no Brasil.

“Qualquer nação não desenvolvida pode, em algum momento, passar por isso, e precisamos entender quais são os efeitos de uma retaliação ao governo ou de desestabilizar a governança por causa do pagamento de uma dívida, que às vezes, é insustentável e não pode ser quitada”, avaliou Barbosa.

Já em relação à Venezuela, o presidente da CREDN afirma que é preciso ter cautela em relação a avaliações sobre governos que restringem direitos de liberdade de expressão e de imprensa. “Temos uma polaridade muito clara hoje na Venezuela e precisamos estar atentos a ela para que outros países, inclusive da América Latina, não caiam nessa armadilha a tal ponto de grupos chegarem às vias de fatos, ultrapassando o embate de ideias e passando para a violência”, alertou.

Na avaliação do deputado, a imprensa deve poder se expressar sem retaliação ou ameaças. “Isso é que  faz com que as pessoas possam se identificar com as ideias diferenciadas sem precisar uns acabar com os outros, como temos observado que vem acontecendo por lá, até mesmo com mortes”, alertou. Desde o final do ano passado, os conflitos na Venezuela já deixaram 42 mortos.

O 1º vice-presidente da comissão, deputado Duarte Nogueira (SP) apontou uma série de fatos que demonstram o quanto os direitos básicos dos cidadãos venezuelanos, como o de livre expressão, tem sido cerceados pelo governo local. O tucano fez uma série de questionamentos a Marco Aurélio Garcia e criticou o alinhamento ideológico do governo do PT com a ditadura de Nicolas Maduro. O assessor da Presidência negou que haja esse alinhamento. Pela manhã, o tucano já havia criticado aproximação do país com governo ditatoriais.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: )

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28 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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