Propaganda enganosa


Macris cobra de ministro dos Transportes esclarecimentos sobre trem-bala

O ministro dos Transportes, César Borges, deverá encaminhar à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara informações detalhadas sobre os valores gastos, até agora, no projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas. Borges atenderá a um requerimento de informações do primeiro vice-líder do PSDB na Casa, Vanderlei Macris (SP), que foi aprovado nesta quarta-feira (28) pelo colegiado.

Segundo o tucano, a obra é uma das mais propagandeadas pelo governo petista. No entanto, ainda não saiu do papel. “Ela tem sido mote de campanha do PT em todo o estado de São Paulo e no Brasil. Temos conhecimento de que houve exagero nos gastos dessa malfadada obra que só ficou no discurso”, criticou Macris.

Segundo a versão online do jornal “O Globo” de 14 de agosto de 2013, o governo deve gastar quase R$ 1 bilhão somente nos estudos técnicos para promover a licitação do projeto, ainda que ele não seja prioridade do Palácio do Planalto. Borges anunciou no ano passado o adiamento da primeira etapa do leilão do trem-bala por, no mínimo, um ano. Isso significa que até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff o TAV não deve ser levado adiante. 

DE LÁ PRA CÁ – De acordo com a reportagem, as despesas do governo com o projeto vêm desde 2005, quando a Valec Engenharia Construção e Ferrovias S.A era a responsável pelo projeto e contratou a empresa italiana Italplan Engineering para elaborar o projeto básico da obra. O negócio resultou numa disputa judicial, em que a Ítalplan cobra da Valec € 270 milhões, alegando que o serviço não foi pago. Para defender a estatal, a Advocacia-Geral da União (AGU) contratou um escritório internacional por R$ 1,26 milhão, por dois anos. O caso começou na justiça italiana e está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ainda conforme matéria de “O Globo”, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) assumiu o projeto do TAV em 2007 e contratou o consórcio Halorow Sinergia e Prime Engenharia, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por R$ 28,9 milhões para realizar os estudos, que serviram de base para a elaboração do edital do primeiro leilão, realizado em maio de 2011, que fracassou por falta de interessados. Na última versão do edital, o governo reformulou o modelo, dividindo o projeto em duas fases (construção e operação), além de assumir todo o risco do empreendimento, via Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal vinculada ao Ministério dos Transportes.

(Da redação, com informações do jornal “O Globo”/ Foto: Alexssandro Loyola)

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28 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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