Legado reduzido

Decepção de Ronaldo com o legado da Copa coincide com a de boa parte dos brasileiros, diz líder

A decepção de Ronaldo coincide com a de boa parte dos brasileiros, que esperavam pelas obras de infraestrutura prometidas pelos governos Lula e Dilma. Foi o que destacou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), ao comentar as críticas feitas no fim de semana pelo ex-jogador de futebol e integrante do comitê organizador da Copa.

Ao longo das últimas semanas, parlamentares do partido vêm criticando os governos petistas por terem perdido a oportunidade de, ao sediar o megaevento esportivo, deixar  um verdadeiro legado em setores como mobilidade urbana. No entanto, os petistas não conseguiram sequer concluir as obras nos aeroportos administrados pela Infraero.

E mais: os gastos com estádios chegaram a mais de R$ 8,5 bilhões, três vezes o que a CBF havia indicado em 2007, lembra o líder em seu perfil no Facebook. “O valor é ainda o equivalente a tudo o que a Alemanha e a África gastaram em duas Copas, juntas”, comparou Imbassahy.

Ronaldo disse estar envergonhado com os atrasos nas obras em entrevista concedida à agência internacional Reuters.  “A gente não podia estar passando essa imagem para fora”, reclamou. Segundo ele, as críticas da Fifa são justas, já que o Brasil concordou com todas as regras. “E, de repente, chega aqui, é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse. São os atrasos. É uma pena.”

Na entrevista, o maior artilheiro da história das copas lembrou ainda que as arenas estarão prontas para o Mundial, mas as pessoas esperavam mais. “Agora, o legado que fica para a população mesmo –as obras de infraestrutura, de mobilidade urbana, aeroportos– é uma pena que tenham atrasado tanto”, reprovou.

(Da redação/Foto: Alexssandro Loyola)