Dinheiro pelo ralo
Lentidão do PAC gera prejuízos bilionários e obras viram sinônimo de incompetência gerencial
Prejuízos bilionários e problemas que se arrastam são sinais da incompetência do governo federal em concluir obras. O deputado Nilson Pinto (PA) afirmou nesta segunda-feira (26) que a sociedade tem sido duramente penalizada pela ineficiência do PT, já que os recursos financeiros vão para o ralo junto com as promessas.
De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demora em concluir obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados. O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa do Mundo.
Para o deputado paraense, isso é fruto da desordem no planejamento e na execução. “O governo do PT tem demonstrado sua incrível incapacidade de planejar ações e de organizar orçamentos minimamente razoáveis, além de uma enorme dificuldade de realizar obras de qualquer natureza, sejam elas grandes, médias ou pequenas”, analisa o tucano.
O estudo da CNI procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o país com a demora para concluir os empreendimentos. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste caso a transposição do São Francisco tivesse sido entregue a tempo – a obra foi a que mais desperdício causou -, e as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste.
Além desses dois empreendimentos, foram analisados o aeroporto de Vitória, o principal projeto de esgotamento sanitário em Fortaleza (Bacia do Cocó), a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e as linhas de transmissão das usinas do Madeira. A maioria dos projetos ainda está em andamento. “Essas seis obras são a ponta do iceberg. Quando olhamos a execução do PAC vemos que ela é pífia, ridícula. Esse governo não sabe e não tem condições mínimas para governar”, critica Nilson Pinto.
Na semana passada, o jornal “Valor Econômico” mostrou que enquanto vencem os prazos de entrega dos maiores empreendimentos do PAC, a conta incha e já extrapola 32,4% do valor originalmente previsto para as 12 construções consideradas estruturantes por Dilma. Os gastos saltaram de R$ 131,6 bilhões para R$ 174,3 bilhões em três anos e meio de mandato da petista.
Os valores dizem respeito às usinas hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, a usina nuclear de Angra 3, as refinarias Abreu e Lima e Comperj, a linha de transmissão Porto Velho-Araraquara, as ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, a transposição do rio São Francisco, a pavimentação da BR-163 e a duplicação da BR-101 no Nordeste. Com exceção de Belo Monte, as iniciativas não cumpriram o cronograma estabelecido e excederem os gastos.
Na avaliação do parlamentar tucano, o PAC, que deveria reunir importantes resultados para a infraestrutura brasileira, será lembrado no futuro como sinônimo de “como as coisas não devem ser feitas”. Segundo ele, o programa hoje representa promessas mirabolantes, planejamento inconsistente e realizações ridículas.
“Quem é penalizada com tudo isso é a sociedade, que aguarda obras anunciadas com pompa e circunstância, mas é frustrada com o nível de desempenho na realização dessas obras”, avalia.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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