Comissão das cartas marcadas

Cyro Miranda abandona CPI chapa-branca no Senado

O senador  Cyro Miranda (PSDB-GO) abandonou na manhã desta terça-feira (20) a CPI da Petrobras no Senado. A decisão veio após a reunião de hoje, que ouviu Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal. Segundo o parlamentar, ao perceber que se tratava de um grupo “chapa branca” e de “cartas marcadas”, ele se retiraria dos trabalhos.

Segundo Cyro, após a debandada seus esforços se unirão aos do restante dos senadores do partido em prol da criação da CPI Mista no Congresso. Ele alega que compareceu à primeira reunião, realizada na última semana, apenas para constatar o que o partido previamente imaginava: uma farsa.

“Eu não quis dar chance de não aparecer na primeira reunião e depois nos dizerem que não podíamos falar nada porque não aparecemos e não sabíamos qual seria o procedimento. Isto é um teatro”, revelou. Miranda diz ser estranho haver uma coordenação tão veloz quanto a que ocorreu na última semana.

Instalação

O tucano lembrou que a CPI foi instalada às 11 horas. Às 14h30, houve a primeira reunião com 74 requerimentos para convocar inúmeros depoimentos e, inclusive, com perguntas definida. Para solidificar a decisão, Cyro lembrou que o requerimento que faz para convocação do ex-presidente Lula foi negado. “Eu sabia que seria assim em todas as situações”.

Para o parlamentar, a CPMI tem mais força para conseguir buscar a verdade sobre a estatal devido à distribuição dos integrantes. Trata-se de sete oposicionistas, além dos dissidentes da base, o que dificultará a tentativa de controle por parte do governo. A comissão mista também conta com participantes da Câmara dos Deputados e deve ser instalada apenas na semana que vem, após mais uma série de manobras protelatórias.

A CPI da Petrobras no Senado não conta com integrantes indicados pela oposição para ocupar os cargos. Inicialmente, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), indicou, além de Miranda, Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Wilder Moraes (DEM-GO). Ambos solicitaram retirada de seus nomes.

A pedido do líder tucano, Aloysio Nunes Ferreira (SP), Cyro se manteve no grupo, mas deixou a comissão pouco após o início do depoimento do ex-presidente da Petrobras à CPI.

(Do portal do PSDB no Senado)