Hora de apurar malfeitos


Com fim do prazo para indicações dos integrantes, CPMI da Petrobras pode começar

Encerra nesta terça-feira (20) o prazo para que partidos indiquem seus representantes na CPI Mista da Petrobras. Caso alguma sigla se omita, caberá ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), fazer as indicações. A CPMI deve ser composta por 16 deputados e 16 senadores como titulares. Representarão a bancada do PSDB na Câmara os deputados Carlos Sampaio (SP), como titular, e Izalci (DF), no cargo de suplente.

 A oficialização dos indicados é o último passo para o início efetivo dos trabalhos da comissão e marca um momento importante para os partidos da oposição. Depois de vencerem a resistência governista no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, poderão, finalmente, começar a apurar a série de malfeitos na estatal. Entre elas, a compra da refinaria de Pasadena (EUA), que gerou prejuízo de US$ 530 milhões, e os indícios de superfaturamento nas obras de construção de refinarias no Brasil, como a Abreu e Lima, em Pernambuco.

Gabriela Korossy Câmara dos Deputados

Segundo Sílvio Torres, tucanos vão buscar investigação transparente e aprofundada na CPI mista.

Segundo o deputado Silvio Torres (SP), a comissão mista vai garantir a investigação aprofundada das suspeitas que envolvem a companhia, pois conta com maior diversidade partidária e tem o firme propósito de buscar respostas para a sociedade. O contrário do que ocorre na CPI da Petrobras do Senado, alertou o tucano, onde partidos da base de apoio a Dilma blindam qualquer tentativa de apuração séria e transparente.

“Tenho absoluta certeza de que as coisas caminharão de modo a atender a grande expectativa da população, que é abrir a caixa-preta da Petrobras”, afirmou. “Se constatados os desvios e esquemas de corrupção que a imprensa tem denunciado e a Polícia Federal divulgado, poderemos dar à maior empresa brasileira as condições de fazer seu trabalho livre do aparelhamento e da corrupção”, acrescentou o parlamentar.

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 O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), antecipou a vinda a Brasília para começar a definir as estratégias de atuação durante o período de funcionamento da comissão. Segundo ele, a principal orientação a ser passada aos integrantes da CPI será a de preservar e proteger a empresa. “Não iremos permitir a espetacularização nem a politização do fato. São denúncias graves que pesam contra a principal estatal brasileira, símbolo do país, que precisam ser apuradas observando critérios rigorosos de seriedade e profissionalismo”, salientou o líder.

Indicado como suplente no colegiado, o deputado Izalci garantiu transparência nas investigações, ainda que os governistas tentem tumultuá-las. “Nosso objetivo é esclarecer para a população a forma PT de governar”, disse o parlamentar nesta segunda-feira (19), em discurso no plenário. “Vamos tornar público diariamente tudo que não for impedido pela legislação”, afirmou o tucano.

Agenda do Senado – Enquanto a comissão mista é preparada, a CPI da Petrobras no Senado começa esta semana a colher depoimentos. O primeiro será do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, marcado para começar às 10h15 desta terça-feira (20). Na semana passada, ele cancelou participação em audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) e de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara.

Presidente da companhia entre 2005 e 2011, Gabrielli protagonizou dois embates públicos com a presidente Dilma Rousseff sobre Pasadena. Em reunião com a bancada do PT na Câmara, no início de abril, ele insistiu que a operação foi um “bom negócio” e “correta”. A afirmação contrariou nota oficial emitida por Dilma sobre a compra, que a classificou de mau negócio.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, na segunda quinzena do mês passado, o ex-presidente partiu, mais uma vez, para briga. Afirmou que a petista “não pode fugir da responsabilidade dela” sobre a refinaria, pois, na época da aquisição, era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

(Da redação/ Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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19 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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