Malfeitos na estatal


Após pressão da oposição, CPI Mista da Petrobras pode finalmente começar a funcionar

Graças à mobilização dos partidos da oposição e contrariando as expectativas do Palácio do Planalto, a CPI Mista da Petrobras já tem condições para começar efetivamente a funcionar. Nesta quarta-feira (14) três siglas formalizaram as indicações dos senadores para a comissão e abriram caminho para o início das investigações. Instalada na semana passada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a CPI mista (com deputados e senadores) precisava, no mínimo, de 17 indicados para começar a apurar os desmandos e malfeitos na estatal brasileira. Há vários dias o PSDB na Câmara indicou Carlos Sampaio (SP) como titular e Izalci (DF) para a suplência. 

O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), chamou atenção para o poder de polícia da comissão. “Ela pode entrar nos documentos, nas atas, nas reuniões do Conselho de Administração da companhia e no detalhamento do que aconteceu especificamente com a refinaria de Pasadena”, exemplificou. Macris defendeu também que sejam apuradas as obras de construção de refinarias brasileiras pela Petrobras, como a Premium I, no Maranhão. “Há denúncias das mais diversas. A CPI Mista nada mais vai fazer do que defender os interesses de uma empresa que é patrimônio dos brasileiros, não de um partido e muito menos de um governo”, completou.

 Série de desmandos – A CPI Mista deve esclarecer ainda outros episódios suspeitos envolvendo a estatal. Entre eles, o suposto pagamento de propina no valor de US$ 139 milhões a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore e a venda de poços da petroleira na África a um preço bem abaixo do mercado para o banco BTG Pactual. “A solução é uma investigação profunda. Estarei lá como líder da oposição para que o Brasil tenha respostas claras sobre o que acontece”, assegurou o deputado Domingos Sávio (MG).

Serão também alvos de investigação os indícios de superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A unidade pernambucana foi orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões, mas já consumiu US$ 18 bilhões. O Comperj deve custar no total US$ 30,5 bilhões, cinco vezes mais que o orçamento original, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). “Nossa expectativa é trazer à luz as informações sobre os desmandos da péssima gestão na Petrobras, que causou prejuízos incalculáveis ao erário e ao povo brasileiro”, disse o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP).

(Reportagem: Luciana Bezerra)

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14 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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