Cenário trágico

Erros da política econômica de Dilma atrapalham indústria brasileira, alertam deputados

O resultado pífio do desempenho da indústria no primeiro trimestre de 2014 – 0,4% superior ao mesmo período do ano passado – é a expressão da asfixiante política econômica do governo de Dilma Rousseff, afirmam parlamentares do PSDB.

“Este governo não controla seus gastos nem mantém os pilares fundamentais para o crescimento: juros em patamares aceitáveis, infraestrutura, logística e mão de obra qualificada”, criticou nesta quinta-feira (8) o deputado Cesar Colnago (ES).

Como exemplo de desgoverno, o tucano contou o drama vivido por um proprietário de uma fábrica de ração no Espírito Santo, que não tem onde comprar energia elétrica para expandir sua produção. “Como uma indústria que quer crescer, gerar renda e emprego esbarra na falta de energia elétrica? Isso acontece no Brasil inteiro”, alertou.

Cenário trágico –  Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que o setor tem o mesmo nível de produção de 2008 e tende a piorar, apostam consultorias e analistas de mercado. Há a expectativa de um avanço mais fraco da indústria este ano e do Produto Interno Bruto (PIB).  

As projeções pessimistas baseiam-se numa série de indicadores, como a deteriorada confiança dos empresários e dos consumidores, os altos juros, a escassez de crédito, a retomada da indústria internacional e, o mais preocupante deles, recorde de estoques nas indústrias de bens duráveis e de capitais.  É o que aflige em especial os que atuam no segmento automotivo, que caiu 6,3% nos três primeiros meses de 2014.  Com o fim gradual do IPI reduzido, juros maiores e consumidores temerosos, o ritmo de produção das montadoras é fraco, e os pátios mantêm-se lotados de veículos.

O cenário atual e as inquietantes perspectivas já eram esperadas pelo deputado Valdivino de Oliveira (GO). “Dissemos isso há mais de um ano: há uma série de equívocos na política econômica adotada pela equipe da presidente de Dilma Rousseff”, afirmou o parlamentar. “Os países do mesmo nível do Brasil têm crescimento industrial acima de 5%, e nós patinamos em 1%. O custo Brasil é alto, não existe ambiente para investimentos e há crise de confiança”, completou.

“Temos hoje uma presença da indústria que tínhamos na década de 50, de 13% do conjunto do PIB. O déficit da balança comercial industrial foi de R$ 105 bilhões apenas no ano passado. É um conjunto de contradições da política econômica que tem tirado a competitividade da indústria brasileira”, disse o presidente nacional do PSDB.Contradições – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), é um dos principais críticos à atuação do governo sobre a economia. Nesta semana, em  reunião com empresários do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), ele afirmou que as contradições da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff estão tirando a competitividade da indústria brasileira.

Segundo Aécio, os empresários são unânimes ao afirmar que os problemas da indústria decorrem, entre outros fatores, da falta de investimentos em infraestrutura e da complexidade do sistema tributário. Nesta quinta-feira, o presidente nacional do PSDB faz palestra na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo. Os deputados Duarte Nogueira (SP), Vanderlei Macris (SP) e Mendes Thame (SP) acompanharam a visita. 

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)