Não tem jeito


Governistas vão quebrar a cara se atrapalharem CPI mista da Petrobras, diz Izalci

 Indicado como suplente do PSDB na CPI mista da Petrobras, o deputado Izalci (DF) afirmou que os parlamentares governistas devem “quebrar a cara” caso tentem atrapalhar ou impedir as apurações. Nesta terça-feira (6), os líderes vão indicar os nomes para formar a comissão.

“A população vai acompanhar e pressionar”, disse Izalci, que participará da comissão junto com o deputado Carlos Sampaio (SP), titular do partido na CPI mista. “Em função das evidências, vai ser quase impossível eles taparem o sol com a peneira, pois há muitos casos graves. Nem todo mundo vai querer assumir a defesa das irregularidades”, acrescentou.

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 O deputado aposta, ainda, no surgimento de novos escândalos durante as apurações, já que a comissão terá acesso a novos dados da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e a relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre ilegalidades cometidas na companhia.

 “A CPI vai ter muito trabalho, pois não é só o caso da refinaria de Pasadena (EUA)”, afirmou. “Há também o superfaturamento da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e pagamento de propina. Vamos acabar encontrando outras irregularidades”, completou.

 Deflagrada na segunda quinzena de março, a Operação Lava Jato desbaratou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado R$ 10 bilhões. Na ocasião, foram presos o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, entre outras pessoas.

 Segundo as investigações, Yousseff e Costa teriam montado um esquema com as maiores empreiteiras do país e as principais vendedoras de combustível do planeta, que pagavam comissão para fazer negócios com a Petrobras. Os documentos demonstram ainda a existência de empresas de fachada e de contas em paraísos fiscais onde eram depositadas as propinas.

 Objetivos da CPI mista – Além da desastrosa operação de compra da refinaria de Pasadena (EUA), que custou em torno de US$ 1,25 bilhão e representou um prejuízo de US$ 530 milhões para a Petrobras, a CPI também vai investigar o suposto pagamento de propina no valor de US$ 139 milhões a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, as informações de que plataformas têm sido lançadas ao mar sem equipamentos necessários e os fortes indícios de superfaturamento da construção de refinarias.

 Entre elas, a Abreu e Lima, em Pernambuco, que foi orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões e hoje passa dos US$ 18 bilhões. Há também suspeitas sobre a obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O empreendimento exigia, inicialmente, o investimento de US$ 6,1 bilhões. No entanto, cálculos do TCU apontam que o Comperj deverá consumir US$ 30,5 bilhões.

Mais prejuízos – O líder da MinoriaDomingos Sávio (MG), e os deputados  Nilson Leitão (MT) e Otavio Leite (RJ) apresentaram, esta semana, à Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), requerimento que pede a convocação do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, para esclarecer a crise provocada pelo PT no fundo de pensão dos funcionários da Petrobras – Fundação Petros.

De acordo com matéria do jornal “O Globo” de 27 de abril, foi registrado em 2013 um déficit operacional de R$ 2,8 bilhões no principal plano de benefícios dos empregados da companhia e o acúmulo de perdas de quase R$ 500 milhões com a administração de mais de 40 fundos deficitários nos últimos cinco anos.

As perdas contábeis levaram o conselho fiscal da Fundação Petros a rejeitar por unanimidade o demonstrativo financeiro do ano passado. No entanto, ele obteve aprovação do conselho deliberativo, órgão superior da entidade do qual fazem parte sindicalistas ligados ao PT desde 2003.

A decisão abriu uma crise interna após um dos conselheiros denunciar a direção da Petros na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão que fiscaliza os fundos de pensão e é subordinado ao Ministério da Previdência.  

(Da redação/Áudio: Hélio Ricardo)

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2 maio, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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