Regularização

Tentativa do GDF de desalojar Embrapa é insensata, alerta Izalci

O deputado Izalci (DF) voltou a defender a permanência da Embrapa Cerrados na área ocupada há mais de 40 anos. “É imprudente tirar de lá, como se bastasse pegar a Embrapa e colocar em outro lugar, como se isso fosse resolver o problema”.

O Governo do Distrito Federal (GDF) requer o terreno, atualmente usado pela entidade para estudar novas tecnologias para o desenvolvimento do sistema de produção vegetal e animal do cerrado. O GDF, proprietário dos cerca de 95 hectares, quer construir no local quatro mil unidades habitacionais para o programa social Minha Casa, Minha Vida.

“É evidente que o governo continua insistindo em colocar naquela área as famílias, sendo que no DF são 300 mil pessoas sem moradia. Claro que queremos moradia para todos, mas não ali”, argumentou o deputado.

O tucano defende que há outras áreas disponíveis para os programas habitacionais, já que a União tem 49% das ações da Terracap. “Fizemos uma apelo em uma audiência pública para o que GDF busque uma alternativa. O que não podemos admitir é que isso aconteça exatamente na área da Embrapa”.

Na última quarta-feira, foi elaborado documento sugerindo à presidente da República o envio de esforços junto ao governo local para impedir a desapropriação da área utilizada pela entidade. “Há também um requerimento convocando o ministro da Agricultura para comparecer a esta Casa e dizer o que a pasta vai fazer”, afirmou o deputado.

Izalci cobra ainda a regularização da área, dando o documento definitivo para a Embrapa.  A Secretaria de Patrimônio da União (SPU) pediu 15 dias para analisar um novo espaço, mas o GDF dificulta o trabalho. “Esperamos que a SPU possa encontrar uma área, ou mesmo o governo, para transferir esse projeto habitacional e não corramos o risco de ter prejuízos imensos com relação a Embrapa”, avaliou o parlamentar.

O tucano já conseguiu coletar 230 assinaturas de parlamentares em apoio à permanência da Embrapa e assegura que terá o apoio de 90% do Congresso para que não se faça uma injustiça. “Quero dizer aos servidores da Embrapa que estamos atentos e vamos continuar trabalhando para que possamos impedir a desapropriação”, finalizou.

(Reportagem: Paulo Simões/ Foto: Alexssandro Loyola)