Desequilíbrio das contas


Para deputados do PSDB, Mantega não tem como explicar desacertos do governo na economia

A Câmara dos Deputados sedia nesta terça-feira (29) o Seminário Brasil Novo. Promovido pelas comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Mosaico (1)(CDEIC) e de Finanças e Tributação (CFT), o debate sobre a situação econômica do país terá a presença dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), Manoel Dias (Trabalho e Emprego), além de Luciano Coutinho (presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES).

Na avaliação dos deputados do PSDB, o encontro é uma oportunidade para a oposição cobrar diretamente de Mantega explicações sobre a política econômica conduzida pelo governo petista, ainda que o ministro da Fazenda tenha poucas condições de esclarecer os graves desacertos na área, como a alta da inflação e o desequilíbrio das contas públicas.

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“Não há possibilidade de ele (Mantega) nos surpreender. O governo não consegue acertar. Por isso, maquia números e esconde dados”, disse o deputado João Campos (GO), que é titular na CCJC. “O PT recebeu um país economicamente estável e, ao longo do tempo, não deu conta nem de manter essa situação”, acrescentou.

Sucessão de erros – A lista de equívocos do governo sobre a qual Mantega terá que se explicar durante o seminário é ampla. Além do PIBinho de 0,9% de 2012, o mais baixo desde a crise econômica de 2008, há a volta da inflação, que está no limite da meta definida pelo próprio governo para este ano (6,5%), e o déficit da balança comercial (importações maiores que as exportações), que, no parcial de 2014, registra US$ 61,97 bilhões em vendas externas e US$ 67,94 bilhões em importações.

Segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (28), relatório semanal de mercado feito com mais de 100 instituições financeiras, o cenário econômico tende a se manter, ou seja, continuará ruim. A perspectiva é que a taxa básica de juros (Selic) suba para 11,25% na próxima reunião do Copom, colegiado do BC responsável por fixar os juros básicos da economia. Sobre o PIB de 2014, a previsão dos economistas subiu de 1,63% para 1,65% – bem abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também menor que a previsão (2%) divulgada pelo Banco Central no mês passado.

“O ministro da Fazenda colocou o Brasil numa situação de risco nos contextos nacional e internacional”, afirmou o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), que é titular na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Segundo o parlamentar, Mantega acumula uma interminável lista de insucessos na economia. “Esse ministro já passou da hora de sair do governo federal. As obras não evoluem, há um caos no setor elétrico, as estradas, portos e aeroportos estão sucateados”, completou.

Herança perversa – Durante palestra na Associação Comercial de São Paulo, na manhã desta segunda, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a gestão de Dilma Rousseff, que é marcada pela ameaça da inflação e pelos baixos índices de crescimento. Segundo ele, o país vive atualmente uma “herança perversa e perigosa”.

Confira a programação completa do seminário.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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28 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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