Constrangimento indevido
Para líder, é inaceitável tentativa de Dilma de barrar investigação da Petrobras por CPI
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), cobrou da presidente Dilma Rousseff um fim nas interferências no Congresso Nacional com o objetivo de bloquear a instalação da CPI exclusiva da Petrobras. “É inaceitável que ela tente impedir as investigações. A presidente jamais poderia ter constrangido o Senado, fazendo com que a criação dessa CPI fosse prorrogada”, disse o líder na tarde desta quinta-feira (24), em discurso no plenário da Casa. “Mas não houve jeito, a CPI será instalada querendo ela ou não”, acrescentou. O parlamentar reafirmou a missão do PSDB e da oposição com as investigações: “salvar a Petrobras da administração nociva do PT orientada pelo Palácio do Planalto”.
Munido de fatos e números sobre a estatal, o parlamentar elencou os objetivos da CPI exclusiva. Primeiro, examinar o processo de compra da refinaria de Pasadena (EUA), que custou US$ 1,25 bilhão. “Houve um grave prejuízo para a companhia e para os brasileiros”, destacou o deputado. Segundo, verificar o suposto pagamento de propina no valor de US$ 139 milhões a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore. A comissão também vai investigar os fortes indícios de superfaturamento da construção de refinarias.
“Uma delas, a Abreu e Lima, em Pernambuco, foi orçada inicialmente em US$ 2,5 bilhões e hoje passa dos US$ 18 bilhões. Algo que é injustificável”, afirmou Imbassahy, que citou também as suspeitas sobre a obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que, no início de sua construção, exigia US$ 6,1 bilhões em investimentos. “Hoje, os cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que deverá chegar a US$ 30,5 bilhões”, completou.
Os integrantes da CPI ainda vão averiguar as informações de que plataformas têm sido lançadas ao mar sem equipamentos necessários, o que coloca em risco a segurança dos operários. “Fora tudo isso, tenho recebido denúncias estarrecedoras de corrupção e malfeitos na estatal”, disse o líder do partido na Câmara.
Silêncio suspeito – Sobre os controversos discursos dos petistas a respeito da aquisição da refinaria de Pasadena, Imbassahy relembrou a recente declaração do ex-presidente José Sérgio Gabrielli de que Dilma “não pode fugir da responsabilidade dela” no episódio e chamou atenção para a atitude do governador da Bahia, Jaques Wagner, que é do PT. Segundo o deputado, Wagner não saiu em defesa de Dilma nem demitiu Gabrielli do cargo de secretário estadual de Planejamento. “Ele ficou em silêncio. Das duas uma: ou ele concorda com o Gabrielli ou não tem condições de demiti-lo.”
Números de uma estatal perdida
120ª é a posição que a Petrobras atualmente ocupa entre as maiores empresas do mundo. Há cinco anos, ela era a 12ª;
US$ 86 bilhões é o valor atual de mercado da companhia. Em 2010, era de US$ 236 bilhões, uma redução de 64% nos últimos quatro anos;
US$ 96 bilhões é o valor da dívida líquida da Petrobras em 2013. Antes de 2009, era somente de US$ 40 bilhões.
(Reportagem: Luciana Bezerra/ Charge: Fernando Cabral/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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Perfeito.Tem que se bater muito no PT visualizando-se eventual pedido de impeachment de Dilma.