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Tripoli volta a defender plena liberdade de expressão e mais recursos para ciência e tecnologia

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Ricardo Tripoli (SP), voltou a fazer uma defesa enfática da ampla liberdade de expressão e de manifestação no país. Em entrevista ao programa “Palavra Aberta“, da TV Câmara, o tucano destacou que  este clima marcou as grandes manifestações de junho de 2013 país afora, articuladas na internet. “Queremos a liberdade de expressão e não podemos retroagir”, destacou.

No âmbito do marco civil da internet, em análise pelo Senado, o deputado disse que a comissão vai monitorar a regulamentação para que não haja controle externo capaz de interferir no livre tráfego de informações na rede. “Hoje, na verdade, o cidadão virou um comunicador”, comparou o tucano.  “Os meios de comunicação devem fluir e exercer seu papel sem intervenção do governo e a comissão vai acompanhar essa regulamentação para que não haja controle dos trabalhos exercidos pela mídia”, resumiu.

Outro aspecto que demonstra a falta de prioridade para C&T é a não execução das emendas parlamentares voltadas para o setor. “Não se faz pesquisa sem recursos.  Boa parte dos recursos destinados para a Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência, por exemplo, não chegaram”, alertou. Segundo ele, uma das emendas não pagas à SBPC visava resgatar a memória da pesquisa no Brasil. Na entrevista, o deputado também cobrou uma inversão nas prioridades dos orçamentos governamentais. “Meio ambiente, ciência  e tecnologia e cultura são sempre os últimos itens da peça orçamentária, quando na verdade deveria ser o inverso”, avaliou.

Telefonia e internet

Ao longo das últimas gestões do PSDB à frente da comissão, um dos principais temas discutidos foi o alto índice de reclamações envolvendo a má qualidade e o alto preço dos serviços de telefonia e internet. Segundo Tripoli, o assunto continuará sendo pautado.  De acordo com o deputado, as operadoras reclamam que o governo não está dando as condições adequadas para a devida prestação dos serviços.

Questionado pelo apresentador Paulo José Cunha sobre eventuais contradições e conflitos entre ciência e tecnologia e bandeiras historicamente defendidas por Tripoli, como meio ambiente e proteção dos animais, o tucano foi taxativo:  “Muito pelo contrário: há uma grande sinergia entre as duas áreas”.

Exemplo disso é experiência científica com animais, tema que será abordado pelo colegiado. O parlamentar quer um debate entre os cientistas que defendem métodos tradicionais e também abordagens alternativas, com o uso de bichos já sem vida.  Isso permitirá à comissão ter uma visão mais ampla e representa uma conexão entre C&T e meio ambiente. Outro ponto de ligação apontado pelo tucano foi o uso satélites que mapeiam as mudanças climáticas. “Os cientistas podem nos ajudar bastante sobre isso, mas é preciso que se invista nessa área”, defendeu.

Tripoli também criticou a falta de recursos para pesquisa e desenvolvimento no Brasil. E citou o caso da Petrobras, que está diminuindo os investimentos no setor. “Temos que importar tecnologia porque o nosso parque, localizado no Rio de Janeiro e com mais de 1,8 mil funcionários, tem a cada dia seu orçamento diminuído, enquanto deveria ocorrer o contrário”, argumentou. Assunto para ser pesquisado pela estatal é o que não falta, como o desenvolvimento de combustíveis provenientes de fontes alternativas, como biomassa.

Assista abaixo a íntegra: 

 (Reportagem: Paulo Simões e Marcos Côrtes/Imagem: reprodução – TV Câmara)