Segurança nacional


 Aperto no orçamento da Defesa coloca em risco projetos estratégicos, afirmam deputados

 Parlamentares do PSDB saíram preocupados da audiência pública realizada na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta quarta-feira (9) com o ministro da Defesa, Celso Amorim. O 13742652415_bcfcde7fbe_hcontingenciamento de recursos na pasta, que alcança R$ 3,5 bilhões, tem colocado em risco projetos estratégicos, como a construção de submarinos e lançamento de foguetes. Outro grave problema são os baixos salários nas Forças Armadas, que revoltam militares e suas famílias e afugentam profissionais qualificados.

 “Isso é impactante. Para se impor na América Latina e conseguir uma vaga no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil precisa de uma retaguarda e uma infraestrutura. Sem isso, ele não vai conseguir nunca se impor diante das grandes potências”, afirmou o presidente da comissão,  deputado Eduardo Barbosa (MG).  A respeito das baixas remunerações dos militares, o parlamentar chamou atenção para o risco de esvaziamento de recursos humanos na Marinha, Aeronáutica e Exército. “A iniciativa privada tem atraído oficiais de grande patente muito qualificados. Para nós, isso é um risco. Houve investimento na formação deles. ”

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 Para solucionar esse impasse, o deputado Izalci (DF) defendeu a criação de uma subcomissão, dentro da Comissão de Relações Exteriores, para defender os militares, especialmente o reajuste salarial da categoria. “Todas carreiras têm seu sindicado e sabemos que a Polícia Militar nem as Forças Armadas podem se sindicalizar. Não tem ninguém que possa lutar por eles, pelo menos por um salário mais digno”, explicou o parlamentar, que já foi oficial do Exército. “Graças a Deus, não continuei na carreira. O que estaria recebendo hoje mal daria para pagar o aluguel. Um suboficial ganha atualmente R$ 4.284,00, menos que um soldado da PMDF”, completou. Atualmente, um soldado da PMDF recebe, em média, R$ 4,5 mil.

Área insegura – O deputado Duarte Nogueira (SP) questionou a segurança da fronteira do país.  “O Brasil, infelizmente, passou a ser o maior consumidor de cocaína e crack do mundo. Essas drogas entram no país pelas fronteiras secas e não há uma estrutura mínima para conter”, disse o parlamentar, que destacou, ainda, a ausência do efetivo da Polícia Federal nessas áreas. “Só existem dez delegacias e 780 homens. Além disso, a instituição tem reduzido seu orçamento.”

 Amorim admitiu que o orçamento da pasta é baixo. Segundo ele, os países investem em média 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) na estruturação de suas defesas. O Brasil, no entanto, oscila em 1,5% do PIB. “Nosso orçamento é insuficiente no que diz respeito a equipamentos e outros aspectos. Por outro lado, com base na última década, a evolução é positiva”, afirmou. Sobre as medidas e programas de segurança das fronteiras, ele informou que há preocupação do governo com o assunto e destacou o Plano Estratégico de Fronteiras lançado em 2011 pela presidente Dilma Rousseff.

(Reportagem: Luciana Bezerra/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)

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9 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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