História gloriosa


Tucanos prestigiam lançamento do perfil parlamentar de Arthur Virgílio Filho

Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto relatou episódios envolvendo o seu pai.

Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto relatou episódios envolvendo o seu pai.

Deputados do PSDB prestigiaram nesta terça-feira (8) o lançamento do perfil parlamentar de Arthur Virgílio Filho, de autoria do jornalista Mário Adolfo. Com 374 páginas, o livro traz um ensaio biográfico sobre o político, além dos principais discursos proferidos por ele durante os mandatos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Entre os presentes, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, o líder do partido na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), e vários deputados da bancada tucana. Em breve pronunciamento durante o evento que lotou o Salão Negro da Câmara, o deputado Duarte Nogueira (SP) destacou a profunda admiração e respeito da bancada do PSDB pela trajetória de Arthur Virgílio Filho.

Deputados e senadores de vários partidos compareceram à cerimônia, assim como o prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, e o deputado suplente Plinio Valério (AM). O prefeito relatou vários episódios relacionados à trajetória do político, destacando a luta dele diante da ditadura militar. 

Longa trajetória política
Arthur Virgílio Filho foi deputado da Assembleia Constituinte do Amazonas pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), elegeu-se deputado federal em 1958 e senador em 1962. Com a extinção dos partidos políticos, pelo Ato Institucional nº 2, e com a implantação do bipartidarismo, o então parlamentar filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Uma de suas principais atuações como deputado foi pela criação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Durante a ditadura militar, destacou-se na defesa do processo democrático e da justiça social. Cassado em 1969, pelo Ato Institucional nº 5, teve seus direitos políticos suspensos por dez anos, até a anistia em 1979.

De acordo com Mário Adolfo, Arthur Virgílio Neto, quando senador, o chamou a Brasília em 1996 e, para sua surpresa, disse que o havia escolhido para escrever a história político do “velho” Arthur. Mário havia conhecido o pai bem antes do filho, durante um pedido de apoio para uma greve na empresa Sharp do Brasil, encabeçada pelo amigo Simão Pessoa, em 1977.

“Éramos estudantes universitários e, a partir daquele momento, passamos a frequentar o apartamento do senador cassado, que ficava no primeiro andar do edifício David Novoa, na avenida Sete de Setembro, Centro. Passávamos horas sentados no tapete da sala tomando cerveja e ouvindo o “tio Arthur”, como o chamávamos, contando os episódios de sua atuação parlamentar, com riqueza de detalhes. Talvez essa proximidade tenha feito Arthur Neto fazer o convite para escrever o livro.

O jornalista conta que durante mais de dois anos de pesquisa, se emocionou várias vezes com a história do ex-líder do Governo João Goulart (PTB) no Senado. Um desses momentos aconteceu em plena ditadura militar, quando o senador reagiu ao golpe de 1964, proferindo o célebre discurso que gravaria para sempre suas palavras na  história do Brasil:

“Que nos fechem hoje, mas com o povo que nos assiste ao nosso lado; e não nos fechem amanhã, ingloriamente, com os aplausos do povo brasileiro, como aconteceu em 1937”, bradou Arthur Virgílio da tribuna, enquanto os tanques cercavam o Senado. Apesar da resistência ao arbítrio, o bravo senador foi cassado em 1969 pelo Ato Institucional nº 5, ficando com seus direitos políticos suspensos por dez anos.

Trajetória
Além da política, o biografado teve como atividades principais a advocacia e o jornalismo. Em 1958, foi eleito deputado federal e em 1962 tornou-se senador. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, e com a implantação do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Durante o mandato parlamentar, trouxe às duas Casas do Congresso Nacional à discussão de temas como a ditadura militar, a reforma agrária, a inflação, a perda da hegemonia brasileira no mercado mundial da borracha, a criminalidade, a falta de amparo ao trabalhador e a tentativa de destruição da Petrobras pelas Forças Armadas. Cassado pelo Ato Institucional n° 5, o parlamentar teve seus direitos suspensos por dez anos.

Em 1979, sob o Governo Figueiredo, foi beneficiado pela anistia e, no Governo Sarney, exerceu a Presidência do INPS no período de 1985 a março de 1987. Arthur Virgílio Filho faleceu em 31 de março de 1987, no Rio de Janeiro, e foi sepultado em Manaus.

(Da redação, com Prefeitura de Manaus/Foto: Alexssandro Loyola)

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8 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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