Estatal no vermelho

Para Carlos Sampaio, gestão de Dilma na Petrobras foi  “temerária”  

O deputado Carlos Sampaio (SP) responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pela má gestão da Petrobras que fez despencar o valor de mercado da estatal brasileira nos últimos 11 anos. Em entrevista nesta quarta-feira (2) à Rádio Brasil/Jovem Pan, de Campinas (SP), o ex-líder do PSDB na Câmara afirmou que houve “gestão temerária” da petista, “quer como presidente do conselho da Petrobras quer como presidente da República”. “Que irresponsabilidade é essa? Ela (Dilma) não podia ter feito o que fez”, afirmou.

Sampaio citou os tempos de pujança da empresa. “A Petrobras não só era a maior empresa brasileira quando Fernando Henrique Cardoso saiu do governo e entrou o Lula, como era a 10ª maior empresa do mundo. Passados 11 anos, hoje nós temos a Petrobras como a 120ª empresa do mundo. Não é possível que isso acontecesse sem uma gestão muito ruim”, afirmou.

O tucano foi indicado pelo PSDB para integrar a comissão externa que irá à Holanda acompanhar as investigações da denúncia contra funcionários da petrolífera e também para fazer parte da CPI Mista da Petrobras. “Hoje, em termos de tamanho, a estatal é menos da metade do que era quando estava o presidente Fernando Henrique no governo e deve quatro vezes mais”, comparou Sampaio. “É nossa obrigação ir à fundo nessa investigação.”

O deputado também comentou sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, numa negociação que causou um prejuízo de mais US$ 1 bilhão à estatal brasileira e que motivou a oposição a pedir a abertura de uma CPI no Congresso. Dilma, que era presidente do conselho da Petrobras à época da negociação, admitiu que autorizou a compra mediante um relatório técnico “falho” e que não apresentava todas as informações necessárias.

Questionado sobre a possibilidade de haver motivação político-eleitoral do pagamento do valor exorbitante feito pela Petrobras à ex-sócia belga Astra Oil no negócio, Sampaio avaliou que ela tem que ser considerada. “Em 2005, a refinaria de Pasadena foi comprada por US$ 42 milhões. Em 2008, nós pagamos US$ 1,180 bilhão. É evidente que essa diferença teve uma destinação reprovável. Ninguém mais duvida que possa ter sido usado, sim, para campanha do governo. Chego à mesma conclusão que você (entrevistador) e os brasileiros, que o dinheiro desviado da Petrobras pode ter sido utilizado para fins eleitorais. Por isso, essa CPI é importante: para apontar os culpados”, concluiu.

(Da assessoria do deputado)