Momento de reflexão


Em sessão solene, Nilson Leitão destaca resistência ao regime militar e fortalecimento da democracia

sessao soleneDurante sessão solene que relembrou os 50 anos do golpe militar, o deputado Nilson Leitão (MT) homenageou aqueles que resistiram à ditadura. Ele e chamou o país a uma reflexão sobre a democracia. Uma extensa programação irá marcar todo o ano com lembranças e homenagens referentes ao regime de exceção.

“Tenho convicção da importância de que os mais jovens entendam a história de 1964 até para refletirmos sobre o que vivemos hoje. A reflexão se de fato estamos vivendo a democracia sonhada”, avaliou Leitão, que discursou representando o PSDB. Durante a sessão solene houve tumulto envolvendo defensores e opositores do regime militar. A cerimônia teve que ser encerrada sem que todos os participantes pudessem falar.

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Leitão citou Tancredo Neves, Ulysses Guimaraes, Mário Covas e Dante de Oliveira como exemplos de resistência ao regime militar sem luta armada.  “O uso da força não é pretexto e a democracia é uma rejeição definitiva dessa força”, disse, ao afirmar que a UNE – União Nacional dos Estudantes – daquela época faz falta. Ele destacou José Serra como um dos importantes líderes estudantis da época.

“Minha fala é para homenagear aqueles que lutaram sem armas, que combateram o momento com ideologias, lutas, palavras e sonhos. Os que se agarraram às armas não têm muito o que dizer dos que assim combatiam”, afirmou.

Leitão afirmou que, apesar dos avanços, o país precisa de mudanças para conseguir viver uma democracia plena.  O tucano enumerou a atitudes antidemocráticas do atual governo. A tentativa de controle da mídia, a concentração de recursos na União (deixando estados e municípios de pires na mão), o aparelhamento do Estado e o alinhamento a nações com regimes totalitários são alguns exemplos.

“Acredito que a democracia ainda tem que caminhar muito. A democracia é ouvir o contraditório, ouvir a todos. O momento que o Brasil vive é de reflexão, pois a propaganda oficial é muito diferente da realidade das pessoas. O Brasil ainda tem uma dívida enorme com os brasileiros”, ressaltou.

Brasil precisa de mudanças – Na sessão seguinte, foi a vez do deputado Luiz Carlos Hauly (PR) falar sobre os 50 anos do golpe militar. “Não abrimos mãos dos direitos das pessoas. São princípios básicos de uma democracia. Mas uma democracia também precisa de economia forte, de oxigenação da máquina pública e de alternância do poder. O Brasil precisa se reencontrar. Lamentavelmente o governo que aí está não pratica a boa democracia defendida por aqueles que lutaram pela abertura política”, observou.

O tucano afirmou que o país precisa de mudanças. “Queremos liberdade e nunca mais ditadura de espécie alguma e nem o aparelhamento do Estado e das estatais. Não temos estradas, nem portos. A saúde, só Deus para ajudar os brasileiros. A educação e a segurança deixam a desejar”, disse.

Ao abrir a sessão solene na manhã desta terça-feira, o  presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assinou o ato da Mesa Diretora que proclama 2014 como o Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade. Também foi aberta a exposição “Instituições Mutiladas, Resistência e Reconstrução Democrática (1964-2014)”, no corredor de acesso ao Plenário.

Estão previstas ainda a apresentação de quatro documentários pela TV Câmara e a reinstalação da subcomissão denominada Comissão Parlamentar da Verdade pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O colegiado foi criado em 2012 e devolveu simbolicamente os mandatos dos 173 deputados federais cassados pelo regime de exceção. 

 (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Rodolfo Stuckert – Câmara dos Deputados/ Áudio: Hélio Ricardo)

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1 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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