Investigação sem efeitos


Conclusão da Petrobras sobre pagamento de propina contradiz denúncias, diz Macris

A investigação interna conduzida pela Petrobras sobre denúncia de pagamento de propina a funcionários da empresa pela holandesa SBM Offshore não deu em nada. A estatal informou em nota que não encontrou provas que comprovem as acusações. O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), acredita que as provas existem e reforça a necessidade de outras frentes de investigação, como uma CPMI no Congresso.

Em nota, a companhia informou que a comissão criada há mais de 40 dias “não encontrou fatos ou documentos que evidenciem pagamento de propina a empregados da Petrobras”.  “Não é possível imaginar que uma denúncia como essa fique no vazio e que seja feito uma investigação interna tão rapidamente como foi feita pela Petrobras dizendo que não houve nenhuma prova”, avalia Macris. O deputado afirma que a apuração interna foi meramente corporativa.

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Segundo reportagem de “O Globo”, especialistas acreditam que a falta de informações deixou uma impressão negativa e cobram esclarecimentos sobre a criação da comissão, quem são seus integrantes e como se chegou à conclusão divulgada ontem. 

“O que a Petrobras fez foi uma investigação corporativa. Não podemos imaginar que essa questão fique só na apuração interna. Temos consciência de que uma CPMI vai investigar esse fato levando em conta outras informações que, afinal, foi a própria empresa que denunciou o fato por meio de seus executivos”, reiterou Macris.

Após a divulgação da nota pela empresa, a Controladoria- Geral da União (CGU) disse que irá se pronunciar sobre o texto apenas após analisar o conteúdo da apuração. A Petrobras, por sua vez, anunciou na mesma nota que irá formar a comissão para investigar as denúncias referentes à compra da refinaria de Pasadena, que gerou prejuízo bilionário à companhia.

Na avaliação de Macris, os congressistas também devem contribuir para elucidar as suspeitas.  “O importante para nós agora é buscar essas provas, pois elas existem, afinal há denúncias e muitas informações a serem levantadas”, disse.

A polêmica veio à tona em fevereiro, quando a mídia holandesa publicou reportagem sobre suspeitas de pagamento de propinas pela SBM à Petrobras. Segundo denúncia de um ex-funcionário da SBM, a companhia teria mantido um esquema de suborno em vários países para obter vantagens em contratos de afretamento e operação de plataforma, que teria alcançado a cifra de US$ 250 milhões. Deste valor, US$ 139 milhões teriam sido repassados à Petrobras, segundo as denúncias.

No último dia 11 a Câmara aprovou, a pedido da oposição, a criação da comissão externa por 267 votos a favor, 28 contrários e 15 abstenções. De acordo com o requerimento apresentado pelo PSDB e DEM, o grupo de deputados irá à Holanda com o objetivo de acompanhar as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. O deputado Carlos Sampaio (SP) foi indicado pelo partido para integrar o grupo.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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1 abril, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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