Democracia desrespeitada


Imbassahy defende ida à Câmara de deputada venezuelana cassada sumariamente 

800px-Mariacorinamachado2Presidida pelo PSDB, a Comissão de Relações Exteriores deve votar nesta quarta-feira (31) requerimento dos deputados Antonio Imbassahy (BA) e Emanuel Fernandes (SP) que pede a realização de audiência pública com a deputada venezuelana Maria Corina Machado (foto). Em decisão sumária da presidência da Assembleia Nacional da Venezuela, Corina perdeu o seu mandato na semana passada.

A punição sem direito de defesa teria ocorrido simplesmente porque a parlamentar tentou discursar na Organização dos Estados Americanos, a convite do Panamá,  sobre a situação na Venezuela. Como destaca Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, no país vizinho o quadro só se agrava desde o início dos protestos contra o presidente Maduro, há mais de 50 dias. Já foram registrados cerca de 60 casos de tortura, quase 2 mil prisões arbitrárias e mais de 30 assassinatos.

Como se não bastasse a perda do mandato, Corina estaria sofrendo vários constrangimentos, inclusive relacionados com agressões físicas. Aliado a Maduro, o presidente da Assembleia, Diosdato Cabello, chegou a afirmar que ela será investigada por “traição à pátria” e pode ser presa a qualquer momento sem prévia autorização.

Nesta semana, está prevista a participação da deputada venezuelana em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE). De acordo com o presidente da CRE, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), “não há como a gente dar uma de avestruz e fingir que o problema não é com o Brasil”. Mas é exatamente isso que o governo Dilma está fazendo: mantendo silêncio em relação à crise que atinge o país vizinho.

Em entrevista ao “Correio Braziliense” publicada no domingo, ela prometeu “transmitir a verdade sobre a violação massiva e sistemática dos direitos humanos” cometida pelo governo do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o jornal, Machado acusa o Brasil de manter vínculos ideológicos, políticos e econômicos com o regime chavista e avisa: a indiferença e a neutralidade ante os “crimes” de Maduro significam “cumplicidade”.

(Da redação/ Foto: Wikimedia Commons)

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31 março, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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