Área sensível


Dados do PAC da Saúde comprovam descaso do Planalto com o setor, alertam tucanos

12327848145_c8cfd079bc_hOs números dizem por si só e comprovam a incompetência do governo do PT, desta vez na área da saúde. Levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Medicina (CFM) com base em dados oficiais mostra o fiasco do chamado PAC da Saúde, parte da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, lançada em 2010. Apenas 10,6% das obras prometidas para a área foram entregues. Enquanto isso, a população padece em filas de espera na busca de atendimento. Deputados do PSDB enxergam nos dados um exemplo clássico da ineficiência da gestão petista e do descaso com a saúde dos brasileiros.

O deputado Marcus Pestana (MG) afirma que a saúde é a área mais sensível para os brasileiros, pois é nela que a sociedade vê com mais clareza as deficiências da má gestão do governo. “A saúde é a prioridade número um de toda população brasileira. Todas as pesquisas apontam isso. É algo sensível e que afeta o dia a dia da população, portanto deve merecer atenção”, cobrou.

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De fato, pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) mostra que 77% da população desaprova as políticas e ações do governo na área de saúde. São 5,5 pontos percentuais a mais que no último levantamento, feito em outubro de 2013. O saldo (diferença entre o percentual dos que aprovam e dos que não aprovam) passou de -46 p.p. para -56 p.p.

A sociedade tem todos os motivos para reprovar o governo. Das 24.066 ações previstas no PAC da Saúde, metade ainda está no papel, como aponta o levantamento feito pelo CFM. O programa previa a construção e reforma de 15.638 Unidades Básicas de Saúde, centros onde são feitas consultas médicas, coletados exames, aplicadas injeções e vacinas.  Apenas 1.404 foram concluídas, o equivalente a 9%.  

As tão propagadas UPAS – Unidades de Pronto Atendimento – não saem do papel. Apesar de as propagandas do governo sempre destacarem a construção dessas unidades como um de seus grandes feitos, apenas 3% das 503 obras contratadas foram finalizadas. Das iniciativas de saneamento, 14% foram entregues até dezembro passado.

Para Pestana, o baixo desempenho do PAC da Saúde traduz o descompromisso por parte de quem comanda o setor, o aparelhamento das instituições públicas e a falta de visão de governo para obter resultados.

“Isso indica a necessidade de mudanças urgentes no país para que a administração pública tenha mais eficiência e compromisso com resultados e mais atenção à melhoria efetiva da qualidade de vida da população. O governo Dilma substitui isso por ações eficientes de marketing, mas o país real é bem distante da fantasia oferecida pela propaganda oficial”, criticou.

Pelo Twitter, o deputado Duarte Nogueira (SP) também lamentou o pífio andamento dos investimentos na área. O tucano lembrou que o PAC da Saúde foi utilizado como peça de marketing para o governo e divulgado com pompa pelo ex-ministro Alexandre Padilha, que não se esforçou para tirar promessas do papel. “O ex-ministro fez muita publicidade, prometeu ampliar ofertas de leitos e hospitais, construir UPAS, mas não cumpriu nenhuma meta. Reduziu 13 mil leitos, não reajustou a tabela do SUS, defasada há mais de 10 anos, e vem sufocando a saúde financeira das Santas Casas”, disse.

Nogueira ressalta que em São Paulo, por exemplo, só 8,7% das obras previstas estão prontas. “O governo do PT mostra que é bom para fazer declaração, em especial no período eleitoral. Mas o que a população precisa mesmo é de gestão responsável e eficiente”, reforçou.

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) criticou o descaso do Planalto com a saúde dos brasileiros. “Precisamos ter um Sistema Único de Saúde fortalecido, com a certeza de que se precisarmos do SUS ele estará pronto a nos atender”. O parlamentar avalia que a rejeição do governo aumentou porque os usuários dos serviços públicos vivenciam no dia a dia a precariedade do serviço oferecido. Para ele, o programa Mais Médicos foi alardeado pelo PT como a grande solução para os problemas da área, mas está longe disso.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)

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27 março, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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