Apoio da base

CPI da Petrobras vai passar a limpo escândalos e prejuízos da estatal, acreditam tucanos

A apresentação do pedido de criação da CPI da Petrobras no Senado mostra que o assunto não é de interesse exclusivo da oposição. O requerimento foi protocolado com o apoio de 28 senadores. A expectativa de deputados do PSDB é que o colegiado seja instalado o quanto antes para investigar os desmandos na estatal.

O deputado Vaz de Lima (SP) afirmou que o apoio de parlamentares da base aliada foi essencial. “O assunto é de interesse do país e não é um movimento só de oposição. Há muitos integrantes da base do governo com consciência que o país não pode deixar de passar a limpo essa roubalheira da Petrobras”, disse.

De acordo com o tucano, o Planalto deve pressionar integrantes da base aliada a retirar apoios. Pelo regimento do Senado, os senadores podem retirar assinaturas até a meia-noite do dia em que o documento for lido no plenário. “Quem tem visto os movimentos do PT, da presidente Dilma e do ex-presidente Lula para blindar e impedir fiscalização nos órgãos do governo fica como gato escaldado que tem medo de água fria. Eu tenho um grande receio que essa tropa toda possa influir na retirada de assinaturas”, destacou.

Para o deputado César Colnago (ES), a má gestão do PT tem trazido prejuízos à estatal. Segundo o parlamentar, a empresas está sendo gerida de forma anárquica e quem paga a conta é o brasileiro. “Essa governança está levando a uma corrupção desenfreada na Petrobras e agora a CPI não deixará pedra sobre pedra”, apontou.

A coleta de assinaturas foi liderada pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). O tucano disse esperar que o pedido seja lido no plenário do Senado  na próxima semana. “Esperamos que na próxima terça-feira a presidência do Senado possa ler o requerimento de criação da CPI da Petrobras”, frisou.  “Aqueles que querem a CPI vão ao encontro de um sentimento amplamente majoritário na sociedade brasileira”, completou. 

Na avaliação de integrantes do partido, a ação de Aécio foi essencial para que a oposição alcançasse o objetivo. “Aécio conseguiu unir a oposição em torno de uma causa nacional”, afirmou o deputado Carlos Sampaio (SP).

De acordo com o deputado, Aécio expôs aos senadores que a defesa da Petrobras não é uma pauta específica da oposição, e sim do país. “A ação e a metodologia de trabalho implantadas por Aécio foram essenciais para que chegássemos ao número de assinaturas necessárias”, afirmou.

O deputado Hélio Santos (MA) apontou que a credibilidade de Aécio Neves foi decisiva para a conquista das assinaturas. “Aécio é uma liderança nacional, com trabalho e credibilidade respeitados em todo o país, e sua atuação é fundamental para que o Legislativo investigue o que realmente houve com a Petrobras”, disse.

O requerimento pede apuração da compra da refinaria de Pasadena, de suposto superfaturamento de refinarias, irregularidades em plataformas, além da suspeita de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina a funcionários da estatal.

Sampaio afirmou que está confiante em relação à obtenção das 171 assinaturas na Câmara. “Na terça-feira, já tínhamos 110 apoios, e isso sem contar os quatro partidos que compõem a oposição. Com a oposição, passamos a 170. Acredito que seja apenas uma questão de tempo para chegarmos ao número”, disse.

Para Hélio Santos, a CPI trará transparência à Petrobras. “o povo brasileiro precisa saber o que está acontecendo com a estatal, que é um importante patrimônio de todos nós. É importante que Câmara e Senado atuem para isso”.

Segundo o deputado Izalci (DF), a investigação da CPI tem o objetivo de preservar a empresa.  “Nós não podemos deixar o governo interferir e impedir que a população saiba claramente o que aconteceu com a refinaria de Pasadena e em relação às denúncias de que a estatal recebeu propina”, apontou. 

(Reportagem: Alessandra Galvão com informações do site do PSDB/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)