Brasil em baixa


Deputados atribuem queda na confiança no país ao conjunto da obra de Dilma

Queda na confiança no Brasil foi amplamente destacada pela imprensa.

Queda na confiança no Brasil foi amplamente destacada pela imprensa nesta terça-feira

Parlamentares do PSDB atribuíram o rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela agência Standard & Poor’s ao conjunto da obra da gestão Dilma, que abrange  fatores negativos ligados à má gestão e à interferência da gestão petista na economia. A agência rebaixou a nota de crédito do país de “BBB” para “BBB-“. Isso significa dizer que a S&P tem menos confiança na capacidade do governo de cumprir seus compromissos. Também foram igualmente rebaixadas as notas da Petrobras e Eletrobrás, duas estatais que vêm se notabilizando pelos maus resultados e perda de patrimônio. 

Entre as razões para a decisão, a agência afirmou que a dívida do governo brasileiro é alta, a economia cresce pouco e há preocupação com o endividamento dos consumidores. O rebaixamento reflete a combinação da situação fiscal difícil no Brasil com a perspectiva de baixo crescimento nos próximos anos, além de uma piora nas contas externas e os gastos excessivos do governo.

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Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), esse rebaixamento é resultado da falta de rumo do governo Dilma na economia. “Isso é péssimo para o país, já que afeta a credibilidade brasileira, afastando os investidores. O mercado vê o país com mais desconfiança. Essa é mais uma herança negativa que a presidente vai deixar para o Brasil”, disse.

“A revisão do rating brasileiro tende a encarecer o crédito para o país no mercado internacional e afetar ainda mais nossas perspectivas de desenvolvimento. O Brasil passa por um triste momento de perda de confiança, de credibilidade arranhada – em síntese, de desesperança em relação ao futuro e de erosão das conquistas do passado. Tamanho retrocesso não é obra que se constrói ao acaso. É fruto de desacertos diários de um governo que, até hoje, mais prejudicou do que ajudou o Brasil”, alertou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

Notória má gestão

Com a nova classificação, o Brasil passa a figurar no mesmo grupo de países que enfrentam crises, como a Espanha. A nota de classificação é uma espécie de guia que as agências fazem para orientar os investidores que pretendem comprar títulos de um governo. Ela indica se o país é ou não seguro para se investir. Para os representantes da agência, que estiveram no Ministério da Fazenda e no Banco Central há duas semanas, a conclusão é que o  país emite sinais confusos de política econômica e que o governo tem uma habilidade reduzida de ajustar suas políticas em ano de eleições.

“O país não está sendo bem gerenciado. A eleição de Dilma como uma grande gestora foi na verdade um engodo, uma fraude, e o reflexo está aí”, apontou o deputado Vaz de Lima (SP). O tucano afirma que a ingerência da petista, que passa desde o aparelhamento e desvalorização da Petrobras até o desgoverno do setor elétrico, gera má expectativa nos mercados. “Soma-se a isso a inflação que está voltando, os juros altos e a disparada do dólar. Não é um só problema, mas a somatória de tudo isso que gera essa insegurança”, alerta o deputado. Segundo ele, apesar de todas as evidências, o governo finge que nada está acontecendo.

O deputado Emanuel Fernandes (SP) alertou para risco de outras importantes agências também rebaixarem a nota do Brasil. Ele lembra que essas classificações dadas pelas agências balizam os investimentos no país. “O que prevaleceu para esse rebaixamento é o que eu vinha falando aqui: aumento da dívida bruta e da dívida das famílias e o baixo crescimento do PIB. O governo não está fazendo o dever de casa”, avaliou. Para o deputado Marcus Pestana (MG), essa é a crônica de uma morte anunciada pelo conjunto da obra de Dilma.

O rebaixamento da Petrobras e da Eletrobras foi destacado pelo deputado Duarte Nogueira (SP) em plenário. “A Petrobras é a empresa não financeira de todo o planeta hoje que amarga o seu maior endividamento. Saiu do ranking das dez principais indústrias petrolíferas do mundo para hoje estar na posição de número 128º lugar. E a corrupção? E os desvios? E a suspensão de regularidade?”, questionou o tucano. Ele lembra que, em setembro de 2013, a presidente anunciou a redução da conta de luz, mas a realidade é outra. “E o que acontece agora em 2014? Nós teremos o aumento da energia elétrica na conta das pessoas. Além disso, o Tesouro vai bancar 10 bilhões de reais, e os outros 10 bilhões de reais virão da sociedade brasileira, com o aumento da conta de luz”, frisou.

rebaixamento“A decisão coroa uma temporada de equívocos cometidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff na área econômica, mas não só nela. O histórico de manipulações contábeis, o descuido com a boa aplicação dos recursos públicos, a leniência com a inflação, a ineficácia na realização dos investimentos necessários para destravar o país, em contrapartida aos exorbitantes gastos correntes, explicam, com sobras, a indesejada decisão”, avalia o Instituto Teotonio Vilela em sua Carta de Formulação e Mobilização Política desta terça-feira (25).

Para o deputado Alfredo Kaefer (PR), titular da comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o caso é mais uma notícia ruim dentre tantas que assolam a economia do país. “O rebaixamento do rating da nossa economia, desastre na balança comercial, inflação passando do teto máximo estabelecido, política fiscal não equilibrada, juros altos – cada vez mais como único freio do Banco Central para controlar a inflação. Todos esses são um conjunto desastroso de atitudes que Dilma tomou nos últimos anos, e que sacramentaram a visão clara de que ela não é uma boa gestora, como ela mesma propagou anos atrás”, afirmou.

País emite sinais confusos
“Os sinais enviados pelo governo quanto às suas políticas ainda não são claros, gerando implicações negativas para as suas contas fiscais e para a credibilidade de sua política econômica, o que associado à baixa perspectiva de crescimento do país nos próximos dois anos, continua afetando a flexibilidade das políticas e o perfil de desempenho do país.”
Trecho do comunicado divulgado pela agência Standard & Poor’s 

“A revisão do rating brasileiro tende a encarecer o crédito para o país no mercado internacional e afetar ainda mais nossas perspectivas de desenvolvimento. O Brasil passa por um triste momento de perda de confiança, de credibilidade arranhada – em síntese, de desesperança em relação ao futuro e de erosão das conquistas do passado. Tamanho retrocesso não é obra que se constrói ao acaso. É fruto de desacertos diários de um governo que, até hoje, mais prejudicou do que ajudou o Brasil.”
Presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves

(Reportagem: Djan Moreno/ Charge: Fernando Cabral/ Áudio: Hélio Ricardo)

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25 março, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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