Tiro no pé


Desculpa esfarrapada de Dilma para justificar prejuízo com refinaria não tem fundamento, alertam deputados

charge-2003A desculpa esfarrapada da presidente Dilma para justificar o péssimo negócio envolvendo a refinaria de Pasadena é cada vez mais contestada. Falas da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli mostram que os argumentos elaborados pela petista não têm fundamento. Desmentida por executivos e ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras sobre o resumo “falho” que baseou a compra da refinaria, a petista fez ajustes na sua resposta alegando que na época o “negócio era vantajoso”.

Para o deputado Vaz de Lima (SP), a flagrante contradição de Dilma mostra que a presidente mentiu. “Num primeiro momento pode ter sido omissão, num segundo, mentira total. A presidente sabia perfeitamente do que se tratava. Não há como fazer um negócio dessa magnitude sem que o presidente do conselho de administração da estatal saiba”, declarou.  “A máscara de boa gestora da presidente está caindo”, completou. Nesta sexta-feira (21), o tombo da petrolífera ficou evidente. A estatal ficou em 120o lugar em lista divulgada pelo “Financial Times” sobre o valor de mercado de empresas de países emergentes. Há um ano, a companhia ocupava a 48a posição e, há cinco anos, estava em 12o

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Na avaliação do deputado Duarte Nogueira (SP), ao jogar dúvidas sobre o embasamento técnico e jurídico apresentado pela Petrobras para a compra da refinaria, a petista deu um tiro no pé. “Na tentativa de desviar a atenção da opinião pública sobre esta gravíssima acusação de péssimo uso do dinheiro público, a presidente, em vez de atingir o seu intento, deu um tiro no pé, abraçou a culpa e agora está enrolada até o pescoço”, apontou.

Questionada pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), em audiência pública na Câmara em maio do ano passado sobre as discussões que antecederam a compra da refinaria americana, Graça Foster afirmou que a preparação para uma reunião do Conselho de Administração da estatal toma “semanas” de discussão. Segundo Sérgio Gabrielli, as cláusulas que obrigaram a estatal brasileira a comprar os outros 50% da refinaria são “normais em negociações de grandes empresas”. Diretores da Petrobras afirmaram que, como presidente do conselho, Dilma teria como saber de todas as cláusulas do contrato. As declarações põem em xeque a justificativa da petista, de que apoiou a aquisição porque não tinha conhecimento das cláusulas.

O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel disse que, se houver indícios de responsabilidade da presidente Dilma no caso, ela deverá ser ouvida em Brasília pelo Ministério Público. Na opinião de Duarte Nogueira, nenhuma autoridade pode estar acima da lei. “Se houver instrumentos legais que orientem a presidente da República a prestar contas das suas decisões do passado ela deve fazer no foro adequado e nós esperamos que a Justiça aja com conduta regular, equilibrada, busque a verdade e a apuração dos fatos”, ponderou.

O escândalo ganhou repercussão internacional. O erro da presidente custou mais de US$ 1 bilhão à Petrobras e foi destaque no jornal americano “The Wall Street Journal”, na agência “Bloomberg”, no site “Nasdaq.com” e no jornal argentino “Clarín”.

Diante da gravidade do assunto, Vaz de Lima defendeu a instalação imediata da CPI da Petrobras. “Podemos estar em um caso muito mais grave e danoso ao país que o mensalão. Por isso, nós temos que ir a fundo para descobrir o grande prejuízo que a nação teve com esse negócio de Pasadena. CPI já”, ressaltou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Francisco Maia)

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21 março, 2014 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Tiro no pé”

  1. rubens malta campos disse:

    Prezados.Já vi esse filme quando o Lula se enrostou e nada foi feito para não
    atrapalhar a governabilidade do Brasil.A final ele iria se desmilinguir até às
    eleições de então.Deu no que deu.Dois mandatos do Lula e um da Dilma.
    MUTATIS MUTANTES ESTAMOS NA MESMISSIMA OPORTUNIDADE HISTORICA .jURIDICAMENTE
    dILMA E A RESPONSAVEL PELA NEGOCIAÇAO ARYOSVALDO MATTOS -PROFESSOR DE DIREITO DA
    FGV E EX-PRESIDENTE DA CVM FOI CLARO NO ESTADAO DE 21.03.2014´
    .eNTENDO QUE A HORA É DE BATER E IR PARA CIMA COMO ELES SEMPRE FIZERAM COM O PSDB

  2. Antônio Carlos de Araújo disse:

    Prezados,

    Não há desculpas para este grave erro, devido à omissão ou mesmo proposital, cometido pela então Ministra das Minas e Energia e hoje presidente Dilma. Ha de prestar muita atenção e nós enquanto oposição nao podemos deixar isto passar em brancas nuvens – Trata-se de R$3.000.000.000,00, com que poder-se-ia construir e implantar 40 universidades federais do porte da Universidade Federal de Juiz de Fora com 10.000 alunos de nível superior.

    Todo presidente de Conselho de Administração de grandes empresas, não tem condições de sozinho tomar decisões de alto impacto nos fluxos de caixa de sua empresa, sem o suporte de vários técnicos, de múltiplas competências nas diversas áreas do conhecimento. Neste caso, eu duvido que ela não tivesse pessoal que conhecesse de Risco, Finanças, Comercio, Projeto, Processos, Mercados, Produção e Distribuição petróleo e derivados, etc. para avaliar este negócio proposto pelos (des)executivos da Petrobras – Gabrielle, Cerveró e outros

    Se não tinha este suporte, não poderia ser presidente de uma empresa da envergadura da Petrobras, o que já demonstra desde então incompetência gerencial, ainda mais ela que já tinha como preocupação maior, tomar conta do Ministério das Minas e Energia.

    Algumas perguntas de fundamental importância pairam sobre este tabuleiro passeado por peças chaves, que agora passo a relatar:

    1) Quem é e de onde surgiu este Cerveró? É de perfil técnico ou um mero burocrata? Qual foi o seu real papel desempenhado no jogo? Afinal ele é indicado pelo Delcídio Amaral ou pelo Renan Calheiros?

    2) Há neste esquema aí uma pessoa chave, sobre quem eu já ouvira falar antes por ex-colega dele da época em ele era funcionário da Petrobras e agora leio o teu nome na mídia. Parece-me ser o grande indutor e oportunizador desta transação. Trata-se do executivo brasileiro da Astra Oil, Alberto Feilhaber, que teria participado das negociações.

    3) Não posso dizer com certeza absoluta, mas baseado no “modus oeprandi” do PT de aparelhamento do estado brasileiro, que este Alberto Feilhaber deve ter sido algum líder sindical e talvez fosse amigo do rei ou no pior das hipóteses amigo dos amigos do rei.

    4)Há de se mostrar no decorrer das investigações algum vínculo, neste polígono de n lados, indicando conexões entre o Sérgio Gabriele, Cerveró e Alberto Feilhaber, convergindo para a então ministra Dilma – A que diz que não sabia de nada e nem viu nada – como dizia o seu padrinho político Lulla.

    Att.

    Antonio Carlos de Araujo

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