Haja má gestão!


Em audiência com nº 2 do Ministério de Minas e Energia, Wandenkolk questiona desmonte da Eletrobras

wandenkolk

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, foi duramente cobrado nesta quarta-feira (19) na audiência pública promovida por três comissões da Câmara para debater o risco de apagão no país. Durante o debate, o deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) alertou para o sucateamento da Eletrobras, uma das heranças malditas que Dilma Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia de Lula, deixará no seu mandato. 

O parlamentar do PSDB questionou Zimmermann se haveria uma “falência técnica” da Eletrobras. “O valor de mercado da empresa é de apenas R$ 9 bilhões. Antes da MP 579 era de R$ 65 bilhões”, comparou ao citar a medida provisória editada por Dilma em 2012 que trata da renovação das concessões de energia elétrica.  decisão do governo petista de modificar os contratos do sistema de energia em setembro de 2012 provocou forte redução no caixa da Eletrobras, já que a companhia viu sua arrecadação diminuir e não houve a compensação inicialmente esperada. 

Play

Outros números mostram o sucateamento da Eletrobras, como a demissão de 4,4 mil funcionários e a troca de sede para economizar no aluguel. Somente no ano de 2012, o prejuízo foi de R$ 6,8 bilhões. “Isso mostra o quanto pode ser danosa a interferência do governo em setores sensíveis como este”, alertou Wandenkolk.  

Para o tucano, o sucateamento de órgãos públicos tem como pano de fundo a intenção de criar mais um ministério, por meio da divisão do Ministério de Minas e Energia em outras duas pastas. O parlamentar ironizou o inchaço da Esplanada no governo Dilma, que alcança a marca de 39 ministros. “O último foi o da Pesca, que abrigou o bispo Marcelo Crivella. Se fizerem essa divisão poderiam chamar o arcebispo do Rio. Desta forma, teríamos o católico e o evangélico no ministério de Dilma”, afirmou.

Em sua intervenção, Wandenkolk questionou também por que o preço da energia não cai quando o uso das térmicas é reduzido. Além disso, lembrou que o Pará é o 3º maior produtor de energia bruta do país, mas não é devidamente remunerado por isso, pois o imposto é cobrado no destino. “Continuaremos contribuindo para o desenvolvimento do país.  Mas quando pagarão esta dívida com o Pará mediante o desenvolvimento de politicas públicas de desenvolvimento da região?”, perguntou.

O número 2 do ministério deu respostas vagas aos questionamentos da oposição. Ao menos concordou com Wandenkolk  ao dizer que o Para é um dos estados com maior potenciais de geração de energia no país. “Estamos construindo mais de 20 mil megawatts na Amazônia. E tudo isso com certificado da ONU atestando o desenvolvimento de energia limpa, segundo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo”, ponderou Zimmermann.

Sinal amarelo – O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia admitiu que o governo acendeu o “sinal amarelo” no setor elétrico em virtude das chuvas escassas nos últimos meses. Zimmermann também teve que responder sobre o impacto nas contas públicas, com o possível repasse aos consumidores, do custo das medidas de socorro adotadas pelo Executivo para equilibrar o caixa das empresas do setor elétrico. Há um temor de que parte da conta bilionária sobre para o consumidor. 

O debate foi promovido pelas comissões de Minas e Energia; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Fiscalização Financeira e Controle.

(Reportagem: Marcos Côrtes/Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)

Compartilhe:
19 março, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Haja má gestão!”

  1. Antonio Carlos disse:

    Prezados,

    A verdade é que o governo do PT tem que agradecer ao FHC a existência das térmicas que ai estão a operar, pois 100% delas foram planejadas e construídas na era do PSDB, como medida emergencial. Há o dito que energia cara e aquela que não existe quando demandada.

    Alguém ai conhece alguma Termoelétrica construída por iniciativa/incentivo do governo PT?

    Algumas já planejadas e projetadas em 1998/1999 como parte de um projeto emergencial caso se necessitasse no futuro, devido às intempéries como a que estamos assistindo atualmente – A falta de chuvas.

    Antonio Carlos

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *