Vexames

Sem resultados para mostrar ao país, Dilma tenta enrolar população com discursos sem sentido

Para deputados, imagem de gerente competente construída na campanha eleitoral foi desmontada nos últimos anos.

Deputados do PSDB criticam nesta terça-feira (18) a falta de preparo da presidente Dilma, expressa por meio de discursos confusos e sem sentido tanto no Brasil quanto no exterior. O exemplo mais recente ocorreu no fim de semana em viagem da petista ao Norte para visitar áreas atingidas por enchentes. Segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), a presidente se enrolou toda e deu a entender que a Bolívia era a culpada pela catástrofe ao afirmar que o país vizinho “está acima do Brasil em relação á água”. 

“Com isso, provocou uma saia justa diplomática, mas não foi a única frase sem sentido”, lembrou o tucano, que destacou a pérola dita pela presidente: “Pode saber que sempre que você vê, sabe, você vê isso tudo, você fica achando que é, os meus problemas também passam a ser muito pequenos, os problemas de cada um da gente, porque é a gente diante da natureza e da força dela, não é?”

Tão obscuro quanto foi a fala da petista em Bruxelas, na cúpula da União Europeia-Brasil, duramente criticada pelo editorial do jornal “O Estado de S.Paulo” em 26 de fevereiro. Lá, representando o Brasil, a petista disse: “a Zona Franca de Manaus… ela está numa região, ela é o centro dela, porque é a capital da Amazônia”. A falta de clareza foi criticada por Imbassahy: “A falta do que mostrar em seu caótico governo e a proximidade das eleições podem estar prejudicando o raciocínio da presidente”, avaliou.

Para o deputado Jutahy Junior (BA), a presidente Dilma foi fruto de uma ação política na campanha de 2010 que construiu um personagem não verdadeiro: a de alguém com grande capacidade administrativa e provida de grande liderança e capacidade de oratória. “Tudo isso se mostrou uma farsa. Todas as falas de improviso são frases inacabadas e ideias sem sentido, incompreensíveis. A estratégia do governo é editar as falas em pequenos períodos. Foi o que ocorreu na campanha. Ela repetia várias vezes a  mesma frase até ficar conforme o decorado para ir à TV, parecendo algo espontâneo”, avaliou Jutahy.

O tucano divulgou em sua página no Facebook o editorial do Estadão. Nada menos que 1,9 milhão de pessoas visualizaram o post, que teve mais de 20 mil compartilhamentos. “Vexame internacional. Suprassumo do despreparo. O discurso da presidente Dilma em Bruxelas é um ‘amontoado’ de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido. Vale a pena ler!”, escreveu o parlamentar na ocasião. 

Já na opinião do deputado Luiz Carlos Hauly (PR), Dilma adquiriu a simpatia do ex-presidente Lula por ser considerada a “gerentona”, a grande administradora. Essa imagem, segundo ele, já foi desfeita. “O país inteiro e o Congresso percebem que não era uma verdade. Ela não tinha realmente a característica. O PAC está empacado. Não há obras; os programas habitacionais todos com muitas dificuldades; sua orientação é sofrida, muito ruim. O país está sem norte e lamentamos as palavras incompreensíveis da nossa presidente”, completou. 

Hauly ressalta que este momento crucial para o país, em que os setores como infraestrutura, segurança e saúde vão mal, fica claro nos discursos desconexos da presidente. “Realmente ela está bastante confusa para se pronunciar porque não tem o que prestar conta. O pior momento do governante é quando vai chegando o final do governo e não tem o que dizer. O crescimento da economia é pífio, a balança comercial brasileira apresenta resultados negativos. Realmente não há o que ela apresentar”, afirmou. 

Cadê a tecla SAP?
“Pode saber que sempre que você vê, sabe, você vê isso tudo, você fica achando que é, os meus problemas também passam a ser muito pequenos, os problemas de cada um da gente, porque é a gente diante da natureza e da força dela, não é?”
Em entrevista coletiva concedida no último dia 15 em Porto Velho (RO)

 “A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (…). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo – derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (…)”
Discurso na sede do Conselho da União Europeia, em fevereiro

(Reportagem: Edjalma Borges/Fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Hélio Ricardo)