Mesa menos farta


Previsões de inflação para 2014 se aproximam do teto; prejuízo é dos mais pobres, alertam tucanos

12779454023_00312f06db_hAs famílias brasileiras sentem no bolso os reflexos da inflação, que não deve dar trégua neste ano. Previsões cada vez mais desanimadoras, como as divulgadas nesta semana, são reflexo da ingerência governamental, avaliam deputados do PSDB. A alta dos preços faz suas principais vítimas entre as camadas mais pobres da sociedade.

Segundo a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC), economistas de instituições financeiras elevaram, pela segunda vez seguida, a projeção de inflação para o ano: de 6,01%, na semana passada, para 6,11%. É a previsão mais alta desde janeiro de 2012. Há quatro semanas, analistas esperavam variação bem menor, de 5,93%. 

Ainda mais alta é a previsão do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. A entidade estima que o IPCA vá fechar 2014 em 6,4%, apenas 0,1 ponto percentual abaixo do teto de 6,5%. O aumento das tarifas de energia elétrica deve ser o vilão dessa alta.

Na avaliação do líder do partido na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), o aumento nos preços nos supermercados é bem maior do que se divulga e continua corroendo a renda das famílias. “Enquanto o dragão da inflação chispa fogo e derrete a renda dos brasileiros, a presidente Dilma, que já mostrou não saber como controlar o aumento nos preços, finge não ser com ela”, criticou o tucano em sua página no Facebook.

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Imbassahy lembra que a previsão de inflação está bem próxima ao teto máximo estabelecido pelo próprio governo, de 6,5%. “Se a previsão se confirmar, a presidente Dilma terminará o mandato com uma inflação acumulada beirando os 25%”, ressalta. Ele lembra que itens importantes da mesa dos brasileiros estão com alta bem acima da inflação oficial.

A previsão de alta ocorre na mesma semana em que o IBGE divulga o IPCA de março, considerado como prévia da inflação oficial. Em fevereiro, o IPCA cresceu para 0,69%, puxado pelos reajustes das mensalidades escolares. Ontem, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acelerou para 1,29% em março, ante alta de 2012.06.06 - PSDB - Pautas Tarde0,3% em fevereiro.

As previsões para o IPCA não são animadoras. O Itaú vê alta de 0,76%. Isso elevaria a inflação em 12 meses de 5,65% para 5,93%. Bem acima do centro da meta, que é de 4,5%. Os preços deverão ser pressionados por altas de alimentos e bebidas devido a condições climáticas adversas. O transporte é outro item que deve produzir impacto negativo devido aos preços de passagens aéreas e combustíveis. O banco cita outros riscos, como mercado de trabalho aquecido e a desvalorização do real. O banco estima que a inflação terminará o ano em 6,2%, conforme mostra reportagem de “O Globo”. 

Para o deputado Bonifácio de Andrada (MG), a inflação em alta tem relação com problemas externos, mas se deve principalmente à má gestão do governo federal, que exagera nos gastos públicos.  “Hoje o problema da inflação, entre outros aspectos, diz respeito à gestão das coisas pública, da vida interna do país. Em segundo lugar, temos os problemas internacionais que exigem um comportamento racional e defensivo”, destaca.

O deputado avalia que Dilma não tem solidez em suas decisões.  “Essa indecisão repercute nos gastos públicos, obras públicas e na própria condução do país diante da economia internacional. Verificamos que a falta de planejamento do governo está demonstrada, por exemplo, na preparação da Copa, o que já revela deficiências”, aponta.

Segundo Bonifácio, o governo é tão ruim em lidar com tal situação que não consegue fazer frente aos problemas externos. “E com a inflação quem mais sofre é camada mais carente. O Bolsa Família não consegue enfrentar sozinho os problemas que atingem os mais pobres por causa da inflação, que está crescendo, e que de uma hora pra outra pode nos levar a uma situação ainda mais séria”, alerta.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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18 março, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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