Cerco vai se fechando


Investigação de pagamento de propina na Petrobras é reforçada por senadores e pela PF

A investigação do suposto pagamento de propina milionária envolvendo a Petrobras está sendo reforçada com a entrada da Polícia Federal e de senadores. Na última terça-feira (11) a Câmara havia aprovado requerimento da oposição, capitaneado pelo PSDB, de criação de comissão externa para apurar a denúncia. Menos de 48 horas depois, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou pedido dos tucanos Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Paulo Bauer (PSDB-SC) para criação de missão oficial para acompanhar as investigações. 

Luiz Fernando espera contribuição efetiva da PF nas investigações.

Luiz Fernando espera contribuição efetiva da PF nas investigações.

A denúncia envolve o pagamento da propina pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas de petróleo  para clientes do mundo inteiro. Em outubro do ano passado, um ex-funcionário da firma vazou dados de uma auditoria interna sobre o pagamento de propinas de até US$ 250 milhões. A suspeita é que, desse montante, US$ 139 milhões teriam sido destinados a intermediários e funcionários da Petrobras em troca de encomendas de plataformas de produção. Na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, foi aprovado requerimento do deputado Vanderlei Macris (SP) que pede a vinda da presidente da Petrobras, Graça Foster, para dar explicações. Ela virá à Câmara no dia 25.

O inquérito da PF foi instaurado nesta semana. O ponto de partida da polícia deve ser auditoria da própria SBM, que descobriu em 2012 “indícios de pagamentos substanciais” feitos “mediante intermediários, aparentemente destinados a funcionários públicos”. O Ministério Público Federal no Rio também pode abrir investigação criminal por evasão de divisas no caso. A decisão deve sair em, no máximo, duas semanas.

O deputado Luiz Fernando Machado (SP) vê de forma positiva a entrada da PF na apuração do caso.  “A Polícia Federal é uma instituição séria, que dá muitas respostas no combate ao crime, e esperamos resultados positivos da presença dela no episódio”, disse. Para o parlamentar, a importância da Petrobras justifica a presença de diferentes atos de investigação sobre as denúncias. “A Petrobras é um patrimônio brasileiro. A empresa tem relação não apenas com o governo, mas com milhares de pequenos investidores. Todo cuidado com a instituição é mais do que justificado”, avaliou. 

Machado afirmou que a aprovação da comissão da Câmara foi um fator que motivou a investigação por outras instâncias. “Quando o Congresso resolve trabalhar, se mostrar independente e preocupado com os fatos, o resultado acontece, e a sociedade passa a procurar mais respostas”, apontou.

Para Domingos Sávio (MG), líder da Minoria na Câmara, as investigações são necessárias e a instalação da comissão parlamentar que irá apurar as denúncias foi uma demonstração de que o Congresso tem sua independência e não está submisso ao governo. “Diante da insistência de impedir a fiscalização, a Casa mostrou a sua independência e, numa maioria bastante significativa, votamos e aprovamos a criação da comissão externa, requerimento do qual tive a honra de ser um dos autores”, disse.

O parlamentar afirma que durante a votação da matéria, na terça-feira, teve a percepção e que o sentimento da maioria da população brasileira estava sendo representado com a criação da comissão. “Naquele momento, ao liderar a Minoria, tive a grata satisfação de ver quase 300 Parlamentares seguindo a nossa orientação, seguindo o nosso sentimento de que o país não pode se calar diante de uma denúncia grave. A Câmara deve investigar com independência, seriedade e responsabilidade”, afirmou. O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), prometeu formar a comissão na próxima semana que vem. 

A PF instaurou também nesta semana um segundo inquérito, para apurar a escandalosa compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas (EUA). A PF quer esclarecer por que a estatal pagou US$ 1,18 bilhão pela refinaria nos EUA, adquirida pela Astra em 2005 por US$ 42 milhões. O inquérito vai apurar detalhes do acordo e de que forma o pagamento à Astra foi feito.

(Reportagem: Djan Moreno com informações do Portal do PSDB/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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13 março, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Cerco vai se fechando”

  1. Antonio Carlos disse:

    Senhores,
    Boa noticia a iniciativa sobre esta investigação envolvendo a SBM assim como a da refinaria de Pasadena, que parece ter caído em esquecimento, pois ninguém nunca mais falara sobre este escandaloso e ruidoso fato ocorrido na administração do petralha Sergio Gabriele. Vamos adiante, pois não devemos ficar parados perante estes sucessivos escândalos dos Petistas, pois temos memoria o suficiente para nos lembrarmos de como agitavam sem fundamentos na era FHC-PSDB. Eles não merecem o nosso silencio diante de suas corruptas e orquestradas falcatruas.
    Atenciosamente,
    Antonio Carlos.

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