Planalto amarga derrotas
Para tucanos, derrotas sucessivas são fruto da incapacidade política e da arrogância de Dilma
O Planalto amarga, pelo 2º dia consecutivo, uma sequência de derrotas na Câmara. Ao todo, dez ministros e a presidente da Petrobras terão que vir à Casa para dar explicações sobre desmandos diversos a partir de requerimentos aprovados nas comissões nesta quarta-feira (12). Para tucanos, a crise envolvendo o Planalto e sua base é fruto da incapacidade de articulação política e de diálogo da petista, cada vez mais escancarada. Além disso, avaliam que a rebelião representa um basta à tentativa da gestão petista de transformar o Legislativo em quintal do Palácio do Planalto.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) foi palco das principais derrotas, com a aprovação de pedidos de convocação de quatro ministros. “Ao longo dos últimos anos, e temos sentido isso no Congresso, Dilma tem se mostrado cada vez mais incapaz de se relacionar com o Parlamento e com a sociedade. Isso é muito grave para a função que ela exerce. A crise política em andamento está nas costas da presidente Dilma”, avaliou o deputado Vanderlei Macris (SP), integrante titular da CFFC e 1º vice-líder tucano na Câmara.
As vítórias da oposição têm contado com a decisiva ajuda de deputados da base aliada descontentes com a gestão da petista. Na terça-feira (11), o Planalto já havia sofrido uma derrota humilhante em plenário com a aprovação da criação da comissão externa para investigar denúncias de pagamento de propina a Petrobras.
Na opinião de Nelson Marchezan Junior (RS), a frágil articulação política é baseada no “toma lá dá cá”. “É uma articulação baseada no troca-troca. É uma compra parlamentar, antes pelo mensalão e agora pela distribuição dos ministérios. A crise da base aliada é uma demonstração de que essa forma de corromper não pode continuar prosperando. As relações parecem muito mais comerciais do que políticas”, afirmou.
Avalanche de explicações de ministros
Terão que vir à CFFC o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, a pedido do deputado Carlos Brandão (MA); o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias; o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; e o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage. Os três últimos terão que explicar denúncias de envolvimento em irregularidades de ONGs e eventuais providências adotadas. Já a presidente da Petrobras falará, a pedido de Macris, sobre a denúncia envolvendo pagamento de propina na estatal. Por sua vez, o titular da pasta da Saúde, Arthur Chioro, será chamado para explicar o polêmico regime de contratação dos médicos cubanos pelo governo brasileiro.
Na reunião da Comissão de Fiscalização o PT tentou, sem sucesso, tumultuar a aprovação dos requerimentos usando manobras regimentais e contestação dos resultados. “Deputados do PT não suportam ser criticados. Esta comissão tem obrigação de investigar denúncias e atos de desvio de dinheiro público”, afirmou Macris durante o encontro ao rebater um dos ataques de petistas à condução dos trabalhos por parte do 1º vice-presidente da Comissão, João Arruda (PMDB-PR).
À tarde, a Comissão de Segurança Pública acatou um outro requerimento que tem Gilberto Carvalho como protagonista: o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República terá que se manifestar sobre o teor da entrevista que Romeu Tuma Júnior concedeu à revista “Veja” sobre o livro “Assassinato de Reputações”, que traz várias denúncias envolvendo petistas. O autor da obra também será convidado.
Presidida pelo PSDB, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática chamará os ministros da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp; e das Comunicações, Paulo Bernardo, para falar sobre as ações realizadas em 2013 e planejadas para 2014. As duas audiências foram solicitadas pelo deputado Sandro Alex (PPS-PR).
Na Comissão de Integração Nacional, o titular da pasta da Integração Nacional, Francisco José Coelho Teixeira, terá que explicar os programas da sua pasta. O convite foi proposto pelo deputado Domingos Neto (Pros-CE).
Já a Comissão de Desenvolvimento, Indústria e Comércio chamará o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, no lugar do ministro Edison Lobão, para prestar esclarecimentos sobre a crise no sistema elétrico brasileiro. O convite foi proposto pelo deputado Mandetta (DEM-MS). O ministro Aldo Rebelo deve ir à Comissão do Esporte falar sobre a Copa.
A Comissão de Viação e Transportes, por sua vez, ouvirá o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, para apresentar a situação atual da secretaria e os projetos futuros para promover a modernização do setor aéreo. O convite foi proposto pelo deputado Washington Reis (PMDB-RJ).
Por fim, o ministro da Saúde também terá que comparecer à Comissão de Seguridade Social e Família para apresentar as diretrizes e programas prioritários do ministério. A Comissão de Turismo também chamará os ministros das Cidades, do Turismo e da Aviação Civil, além do presidente da Embratur.
(Reportagem: Marcos Côrtes e Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola)
Texto atualizado às 18h37
Não somos idiotas a ponto de achar que essa mudança repentina de posição do PMDB seja porque não admitem serem usados pelo governo ou se é por algo em favor do povo? O PMDB não me engana: estão em busca de vantagens pessoais ou partidárias. Não tenho a menor dúvida disso. Como confiar num partido que age dessa forma? O PSDB pode ser vítima amanhã, caso vença as eleições, e ficar na mão desses inescrupulosos peemedbistas da ala podre. Sabemos que o PMDB é um partido enorme mas, ao mesmo tempo um parasita. Portanto, ele vai fazer com o PSDB o mesmo que faz hoje com o PT. Não se iludam. É só ele passar para o lado da PSDB que vcs verão a cobrança por cargos que será imposta ao novo governo.
É hora de abandonar o barco, está afundando. Se tapar os furos em troca de Ministérios, quem vai afundar é o PMDB e os demais aliados.Depois não adianta chorar. Toda América do Sul já esta dominada!
Agora que, conforme o Globo, Dilma cedeu às pressões do PMDB, essa convocação de ministros vai dar em nada. Podem apostar!