Rumo medíocre


Emanuel alerta para sinais negativos da economia e cobra incentivo ao crescimento

O deputado Emanuel Fernandes (SP) traçou um panorama econômico do Brasil e cobrou mudanças capazes de produzir crescimento. Em discurso no plenário da Câmara nesta sexta-feira (28), o tucano disse que o país12835279663_89150e67be_b pode muito mais do que tem conseguido, como a média de crescimento de 2% nos últimos três anos, mas está praticamente estagnado por falta de investimentos e ações do governo.

“No governo Dilma, a economia está indo de maneira medíocre”, alertou o tucano, ao lembrar que a média de crescimento na gestão da petista só não é pior do que da Collor, quando o país apresentava um modelo econômico esgotado. Emanuel ressalta que enquanto a China tem taxa de investimento em torno de 50% do PIB, no Brasil ela não passa de 18%, e cerca de 5% são devido a investimentos estrangeiros diretos. A média em países em desenvolvimento fica por volta dos 30% e 40%.

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Na opinião do tucano, isso mostra que o fraco desempenho não está relacionado apenas com a crise em países desenvolvidos, como alega o Planalto. O parlamentar acredita que Dilma, além da fragilidade na condução do país, colhe também os frutos do desastroso governo de Lula. Na época o qual o país crescia mais – média de 4% ao ano –, mas as famílias ficaram endividadas, o FGTS perdeu seu valor em 19,5% e empresas como a Petrobras sofreram com a intervenção do governo.

“É preciso rever todo esse nosso conceito econômico. Podemos crescer mais, mas não com o atual modelo. Temos que enfrentar a realidade nua e crua. Só cresceremos se aumentarmos a taxa de investimentos e a nossa produtividade”, alerta.

O leilão do Campo de Libra e o REFIS foram necessários, segundo o deputado, para produzir a contabilidade criativa, o superávit primário. “Ou seja, o dinheiro de Libra ainda virá e já foi usado. Ora, se nós estamos crescendo 2% e estamos usando, para isso, dinheiro do futuro, tem coisa errada! É preciso aumentar a taxa de investimentos, tanto a poupança nacional quanto a atração de capitais internacionais, para acreditar em nosso país”, destaca.

O deputado afirma que o governo nãos e importa com os alertas feitos em relação aos problemas econômicos, mas, quando as agências de risco começarem a demonstrar isso será pior. Em janeiro, a agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P) informou que pode rebaixar a nota da dívida pública do Brasil ainda neste ano, mesmo antes das eleições de outubro.  “O governo morre de medo de ter essa nota baixa, porque isso vai mostrar ao povo que a situação não está boa não. E ela não está”, aponta o tucano.

Falta no país incentivo ao empreendedorismo, aos empresários, à vontade do povo de crescer. É isso que Emanuel considera preocupante, pois não há uma demonstração de que no futuro algo possa melhorar. “O grande perigo é que não haverá empreendedores no futuro. O grande perigo é que o Brasil acha que através de governo você melhora as coisas. Falta-nos um grande projeto de nação. É preciso tentar aprender o futuro no hoje. É preciso aumentar a produtividade, valorizar as pessoas empreendedoras, as pessoas que querem subir. E é preciso que esse espírito empreendedor perpasse por todo o Brasil”, afirmou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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28 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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