Documentário


Macris cobra revisão de veto a incentivo para filme sobre Mario Covas

12797867883_ccfef12520_hO 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Vanderlei Macris (SP), criticou o veto do Ministério da Cultura à captação, via Lei Rouanet, de recursos para realização de documentário sobre a vida Mario Covas. O tucano acredita que os argumentos utilizados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que barrou o financiamento, não são válidos e cobra uma revisão da decisão. O projeto para o filme “Covas, o Homem e o Estadista”, de Thiago Carvalho, foi indeferido sob a justificativa de não ter “caráter cultural”. Posteriormente, o ministério alegou à “Folha” que o motivo para não dar prosseguimento seria o caráter político-eleitoral em ano de eleições.

 “Espero que haja bom senso e revejam a decisão para que a Lei Rouanet possa ser um instrumento de facilitação e financiamento de uma obra como essa. A questão partidária não deve interferir nisso, muito menos a eleitoral”, avalia Macris, ao lembrar que o filme só tem previsão de lançamento em 2015.

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Em 2006, que também foi ano eleitoral, o documentário “Brizola – Tempos de Luta”, do diretor Tabajara Ruas, foi autorizado a recolher R$ 592 mil via Lei Rouanet, que é o principal mecanismo de fomento à cultura por meio de renúncia fiscal.  Covas foi adversário político da atual ministra da Cultura, Marta Suplicy. Em 1998, a petista perdeu a disputa ao governo de São Paulo para o tucano.

 “É uma decisão que precisa ser explicada. Esperamos que não se leve em conta a questão partidária”, afirma Macris. Para o tucano, deveria ser levado em consideração o fato de que Covas deu importantes contribuições ao país e deixou exemplos importantes à democracia.

“É inconcebível o Ministério da Cultura não aceitar, pela lei Rouanet, financiar um filme dessa natureza. Espero que a ministra reconsidere e intervenha nessa decisão, afinal Mário Covas foi um homem que deu uma importante contribuição à vida democrática se tornando referência. Nada mais importante que um filme para retratar a vida e a trajetória de um homem tão importante para o Brasil”, defendeu.

O filme tem orçamento de R$ 580 mil e seria primeiro documentário de Thiago Carvalho. Segundo o projeto, o média-metragem contaria com material do acervo da Fundação Mário Covas, mantida pelo herdeiro do político, além de entrevistas. O idealizador do projeto afirmou à “Folha” que não é filiado a nenhum partido político. “Meu interesse é meramente documental. Covas é uma grande figura histórica: foi preso político, participou da Constituinte, foi prefeito e governador”, disse.

Até mesmo o Ministério Público considera o caso distinto, Covas já faleceu. Cineastas como Luiz Carlos Barreto, que esteve à frente do filme “Lula, O Filho do Brasil” (2009), que não usou recursos públicos, também criticaram a decisão.

“Mário Covas é um homem do Brasil e do mundo, foi um dos homens com referência histórica das mais importantes do país e sua vida precisa e deve ser conhecida por quem não conviveu com ele. Eu tive esse privilégio de conviver com ele e sei das importantes contribuições que ele deu para a democracia do país”, reforçou Macris.

 (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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27 fevereiro, 2014 Últimas notícias Sem commentários »

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