Entrevista


Barbosa cobra posição do Planalto sobre crise na Venezuela e critica investimento em porto cubano

barbosaO PSDB reassumiu nesta quarta-feira (26) o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) com a eleição do deputado Eduardo Barbosa (MG) para comandar o colegiado e de Duarte Nogueira (SP) para a 1ª vice-presidência.  Os também tucanos Emanuel Fernandes (SP) e Carlos Alberto Leréia (GO) estiveram à frente da comissão em 2010 e em 2011, respectivamente. No exercício do quinto mandato parlamentar, o tucano cobra do governo Dilma posicionamento sobre a crise na Venezuela e critica aporte de US$ 682 milhões do BNDES na construção de um porto recém-inaugurado em Cuba enquanto a infraestrutura brasileira sofre com a falta de investimentos.

Ainda no que diz respeito à relação com o governo da ilha caribenha, o parlamentar alerta para a relação trabalhista diferenciada no Mais Médicos. Apesar de exercerem a mesma função dos profissionais de outros países, os cubanos recebem menos e amargam várias restrições nas relações sociais por imposição da ditadura dos irmãos Castro – tudo com a concordância da gestão petista.

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Nesta entrevista exclusiva, o parlamentar mineiro manifesta entusiamo com a função. “É uma comissão extremamente importante não apenas porque trata de assuntos de interesse de todos os brasileiros, mas também por abordar assuntos relacionados ao posicionamento do Brasil diante do mundo”, destacou.  Entre os temas debatidos pelo colegiado, estão a política externa brasileira, tratados e acordos internacionais, política de defesa nacional, administração das Forças Armadas e conflitos externos. Confira abaixo a íntegra:

Qual a expectativa para o seu mandato?
Tratamos na CREDEN das temáticas as mais variáveis, abrangendo desde as relações comerciais com outros países até assuntos envolvendo direitos humanos e políticas sociais. Atuaremos também para aproximar ainda mais a comissão da população brasileira, pois a política de relações exteriores hoje interfere na vida do cidadão comum.

Militares vieram ao Congresso em novembro do ano passado e alertaram para o déficit recorrente do orçamento destinado às Forças Armadas no país. Como o senhor vê essa questão?
Este será um dos temas tratados na comissão. Já existe até interesse parlamentar em apresentar requerimento para ver o impacto do corte orçamentário em projetos em defesa nacional, com impactos na indústria brasileira, principalmente na Aeronáutica e Marinha. Ambas as Forças tem, inclusive, trazido para nós satisfação e orgulho, e são respeitadas no mundo afora. Esses cortes não podem afetar ações que venham não só garantir a defesa, mas possíveis relações comerciais futuras.

A crise na Venezuela é um dos temas mais em voga no momento, mas o Planalto mantém absoluto silêncio sobre isso em virtude de suas ligações com o chavismo. De que forma analisa o comportamento do Planalto neste caso?
Nesta relação com a Venezuela, o Brasil precisa ter clareza no posicionamento. Não se trata apenas de um assunto interno quando estão sendo violados inclusive os direitos da livre expressão. Tivemos agora jornalistas que foram expulsos do país, e isso trás para nós um reflexo na América Latina como um todo. É essa a postura que nós queremos para a América Latina? Não podemos tratar isso de forma velada.

Outra polêmica recente foi o financiamento milionário, por parte do BNDES, de um porto em Cuba, enquanto a infraestrutura brasileira tem várias demandas e necessidades. Como o senhor vê este tipo de postura do Planalto, na qual um investimento deste porte é movido pela proximidade ideológica com um regime ditatorial?
O cidadão comum não consegue entender isso. Como temos os nossos portos aqui extremamente sucateados, não dando vazão a produtos que aqui chegam, ficam horas ou dias, meses retidos por falta de estrutura e termos investimento em outro país que não tem para nós nenhum impacto comercial? Este assunto com certeza vai ser debatido na comissão. Cuba ainda tem mais um problema seríssimo: a questão dos médicos. Nós somos favoráveis ao programa Mais Médicos.

No entanto, da forma como está feito, a questão dos direitos trabalhistas dos profissionais cubanos fere tratados internacionais. Isso para nós mostra uma conivência do Brasil com uma coisa que nós já abolimos do Brasil, que é a diferença de tratamento entre profissionais. Não justifica fazer um contrato com um governo onde quem sai prejudicado é um trabalhador que está cumprindo uma jornada de trabalho igual a outras pessoas com ganhos inferiores. Isso não dá para tolerar e não tem explicação plausível. Cobraremos o governo e Ministério do Trabalho em relação a isso. 

(Reportagem: Edjalma Borges/Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

 

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26 fevereiro, 2014 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Entrevista”

  1. EUNICE TANURE disse:

    PARABENS COMPANHEIRO…VC É UM GRANDE VENCEDOR É O CARA.

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