Consolidou a democracia

Sessão solene pedida por tucano celebra 30 anos de ato no Paraná em defesa das Diretas Já

O plenário do Senado será palco nesta segunda-feira (24) de sessão solene para relembrar três décadas de uma das maiores mobilizações em prol da democracia já ocorridas no país: as Diretas Já.  Sugerida pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o evento está marcado para as 11h. No dia seguinte, o mesmo plenário será palco de outra cerimônia pedida pelo PSDB para marcar uma data histórica: os 20 anos do Plano Real. 

O evento do dia 24 lembrará o primeiro comício por eleições diretas para presidente da República, ocorrido em Curitiba em 12 de janeiro de 1984. Convocado por Ulysses Guimarães, o senador Alvaro Dias lembra que foi um dos organizadores desta mobilização popular. “É um momento da história política do país que não pode ser esquecido. É preciso rememorar os feitos históricos relevantes, sobretudo porque devemos buscar exemplos a fim de que as transformações que os novos tempos exigem possam ser operadas”, ressaltou.

A bancada de deputado do PSDB na Câmara foi convidada para participar da cerimônia. O deputado Luiz Carlos Hauly (PR), nos seus mais de 40 anos de vida pública, lembra que vivenciou vários momentos históricos do país. Ele destaca, entre estes, o das Diretas Já. Segundo ele, este movimento buscava quebrar a espinha dorsal da ditadura por meio da garantia da participação do cidadão na escolha do presidente da República. “Me lembro como se fosse hoje: as milhares de pessoas naquele ato público, numa quinta-feira, foi a senha para a deflagração de um movimento nacional a partir do entendimento de que o povo queria mudança”, destacou em artigo recente sobre o tema.

Sobre a escolha de Curitiba para a primeira reunião pública de interesse geral da nação, Hauly destaca que não foi por acaso, pois no Paraná, sob a liderança do governador José Richa, a capital se opunha ao regime militar. “Tínhamos em Curitiba, sob a liderança do prefeito de Curitiba, Maurício Fruet, uma capital de oposição ao regime militar. E justiça seja feita: Alvaro Dias, então presidente do diretório estadual do PMDB, juntamente com outros correligionários do “velho Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de guerra”, trabalhava nos bastidores para viabilizar em Curitiba a primeira grande mobilização nacional”, lembrou.

Hauly lembra que na época havia uma Proposta de Emenda à Constituição do deputado Dante de Oliveira (PMDB-MT) que pedia o restabelecimento das eleições diretas para presidente, cuja votação estava marcada para abril daquele ano. O movimento das ruas buscava justamente fortalecer o clamor pela aprovação desta emenda, o que era muito difícil porque a proposta contrariava os interesses dos militares.

“Em meio a tantas lideranças nacionais como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, José Richa, e de artistas como Martinho da Vila, Raul Cortez, Ruth Escobar e Dina Sfat, além de dezenas de políticos e autoridades paranaenses, fui convidado, como prefeito de Cambé, para falar em nome dos prefeitos do interior. Logo após ser anunciado pelo radialista Osmar Santos, tive a oportunidade de defender, em praça pública, a volta do Brasil à democracia e ao Estado de Direito”, resgatou.

Hauly conta que mesmo com toda a pressão o resultado não veio de imediato, mas foi decisivo para que houvesse a eleição de Tancredo Neves para presidente. “Sabemos que há muito por fazer neste país para melhorar a saúde, educação, segurança, infraestrutura, reforma tributária com inclusão social e tantas outras medidas necessárias, porém, cada brasileiro tem hoje o direito de exercer a plena cidadania, e o voto, mas do que nunca, continua sendo o instrumento de mudança, graças àquela mobilização pioneira que ocorreu em Curitiba e que depois contagiou o Brasil”, afirmou.

(Reportagem: Edjalma Borges com  Agência PSDB/Foto: reprodução – site do senador Alvaro Dias)